O que parece fora de dúvida vai ser mensurado. É o avanço das lavouras lucrativas, como a soja e o milho, sobre as áreas de pecuária nos estados do Sul brasileiro. Será a 1ª Radiografia da Pecuária Sulista, que consiste num levantamento monitorado pelo Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NESPRO/UFRGS), que está sendo iniciado neste mês.
Pelo menos 200 propriedades serão visitadas nos três estados por 15 equipes de trabalho. O resultado será divulgado na Jornada do NESPRO, dias 25 e 26 de setembro, em Porto Alegre (RS).
O estudo vem a calhar. Nos últimos tempos, entidades que representam os pecuaristas têm registrado e divulgado que, nas fazendas de corte, a matriz de produção está sendo alterada e a forma de produção também, com a entrada forte do milho e da soja. Há informações de que o Paraná já perdeu mais de 20,0% da sua área de pecuária. No Rio Grande do Sul, palco de um rebanho dos mais tradicionais e produtivos do país, o refluxo é menor, mas mesmo assim é representativo - 14,0%.
Números não oficiais mostram também que o plantel, principalmente no Paraná e no Rio Grande do Sul, diminuiu. Especialistas dizem que a preocupação nas fazendas agora é focar a produtividade do boi e reduzir o tempo de abate. Tecnologia e gado de qualidade os sulistas têm de sobra.
Segundo Júlio Barcellos, coordenador do NESPRO, o Sul do país perdeu protagonismo para a região Centro-Oeste com a ocupação de áreas de pastagem pela agricultura.
Fonte: Globo Rural. Por Sebastião Nascimento. 29 de abril de 2014.
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