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Chuva agrava problema logístico em Mato Grosso


Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014 - 08h39

Congestionamentos já aparecem com filas em armazéns, pontes e estradas interrompidas, e problemas de secagem do grão por causa da intensificação das chuvas da última semana.


O diagnóstico é do próprio secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Nery Geller, dado durante encontro com agricultores e lideranças municipais na segunda-feira (24/2), em Sorriso.


A preocupação dos produtores, principalmente das regiões médio-norte e oeste do Estado, é com a concentração da colheita, a qualidade dos grãos e a logística, que podem acarretar prejuízos à safra 2013/2014. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária está concluindo um levantamento sobre as perdas.


De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), o 1º impacto do excesso de chuva é a dificuldade de retirar a soja da lavoura com os maquinários por causa dos terrenos encharcados. A perda da qualidade é consequência disso. "O tempo para retirar a soja da lavoura é de 7 dias (em média) após a aplicação do dessecante", informa o diretor técnico da Aprosoja, Luiz Nery Ribas, frisando que quando a chuva dá uma trégua, a colheita é intensificada para tentar assegurar a qualidade do grão, ocasionando problemas de logística com muitos caminhões nas estradas e filas nos armazéns.


O delegado da Aprosoja em Água Boa, Cesar Giacomolli, destaca ainda que a logística caótica do estado e o déficit na capacidade de armazenagem em algumas regiões aumentam as perdas. "Os armazéns não estão dando conta de secar a soja devido ao grande volume recebido simultaneamente. A capacidade de armazenagem aqui no município é de 2,5 milhões de sacas e devemos colher 7,0 milhões". Conforme a associação, as regiões que estão sentindo mais os impactos da chuva são a norte e a oeste, que estão colhendo a soja de ciclo tardio.


Produtores relatam que a soja avariada está entre 10,0% e 15,0%, sendo que o permitido pelas receptoras é de até 8,0%. Já a umidade da soja colhida varia de 20,0% a 25,0%, com o permitido até 14,0%. A diferença entre essas porcentagens é descontada do produtor.


O sojicultor de Sorriso, Leandro Gazola, estima que, do total da área plantada, 20,0% serão perdidos. "Dos 7,05 mil hectares vou colher só 80,0%. Tivemos muita chuva nos últimos dias que dificultaram a colheita". Nas regiões sul e leste, por enquanto, há o registro de dificuldade em colher, mas caso a chuva continue após a semana que vem, haverá perdas.


Nesta terça-feira (25/2), a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO) enviou alerta aos produtores e sindicatos rurais para que informem a situação dos municípios com objetivo de solicitar às prefeituras e ao governo estadual providências emergenciais.


Segundo a entidade, o Sindicato Rural de Sorriso, maior município produtor de soja do mundo, pediu para a prefeitura decretar situação de emergência em virtude dos problemas nas estradas e pontes ocasionados pelas chuvas, e foi atendido pelo prefeito Dilceu Rossato (PR). No documento, a FAMATO cobra também providências urgentes do poder público para amenizar a situação de calamidade nas estradas e pontes das regiões mais afetadas.


Aproximadamente 40,0% da soja de Sorriso foram colhidos, de acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Laércio Lenz, que confirma as perdas, tanto na soja quanto no milho. Porém, evita estimá-las. "Tem perdas, mas não dá para quantificar ainda. Tem que esperar terminar a colheita. Seria um "chute" muito longe", disse Lenz, após a reunião com o secretário de Política Agrícola.


Conforme Geller, equipes técnicas do Mapa farão o Acompanhamento da colheita no estado. "O que foi discutido primeiro com as lideranças é promover uma força tarefa para arrancar a safra que tem condições de ser colhida", disse o secretário, tentando acalmar os produtores. Ainda em Sorriso, o excesso de chuvas tem preocupado também os produtores de algodão.


Segundo o vice-presidente da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (AMPA), Gustavo Piccoli, o "stand" das plantas de algodoeiro estão sendo comprometidas pelas chuvas e impedindo a realização dos tratos culturais (aplicações de defensivos para o controle de pragas e doenças). "Caso continue a chover na mesma intensidade, poderá haver perdas de 10,0% a 20,0% na produtividade na safra 2013/2014 no Núcleo Regional Norte". A entidade lembrou ainda que o tráfego na BR-163, no trecho entre Sorriso e Lucas do Rio Verde, voltou a ser restabelecido em mão única. Na madrugada de sábado (22/2), o rompimento de uma represa deixou a rodovia totalmente interditada nos 2 sentidos. (Com colaboração da TV Record Sorriso e assessorias)


Fonte: Gazeta Digital. 27 de fevereiro de 2014.



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