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Scot Consultoria

Maior cooperativa do país prevê quebra de safra de soja por seca


Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014 - 09h28

A seca das últimas semanas vai provocar perdas em áreas de soja cultivas por cooperados da Coamo, maior cooperativa agrícola do país, com sede em Campo Mourão, no Paraná, disse o presidente da entidade, em entrevista à Reuters.


"Temos aí uma seca grave. Então tem uma quebra", afirmou o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini. A cooperativa tem forte atuação no Paraná, mas também opera unidades de recebimento de grãos em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.


Sozinha, a entidade deve receber cerca de 5,0% da safra brasileira de soja em 2013/14, ou 4,2 milhões de toneladas em uma colheita nacional de 90,0 milhões de toneladas. A estimativa foi feita ainda sem considerar efeitos do clima nas últimas semanas.


Segundo Gallassini, a estimativa inicial era de que os cooperados da Coamo conseguissem colher em média 62 sacas por hectare, contra a média nacional de 51 sacas.


"Se chovesse hoje - e não vai chover - é uma quebra. Se chover daqui 10 dias, aí a coisa é violenta. Precisamos esperar para ver", disse o executivo.


A Somar Meteorologia disse nesta sexta-feira que o bloqueio atmosférico que impede a entrada de frentes frias chuvosas no Sul e Sudeste do país vai deixar de atuar em cerca de 10 dias, a partir de 17/2.


"E não é tanto a falta de umidade como é o excesso de temperatura que prejudica a soja", disse ele.


A temperatura ideal para a oleaginosa é abaixo de 33ºC, segundo Gallassini, engenheiro agrônomo de formação.


Em todos os dias de fevereiro as temperaturas máximas de Campo Mourão, por exemplo, ficaram acima de 33ºC, segundo a Somar Meteorologia.


"Acima de 33ºC, a soja quase cozinha. O grão que está se formando, que precisa de muita água, fica miúdo, esverdeado, perde peso."


Safrinha


Apesar de a falta de chuvas, neste momento, dificultar o plantio da safra de inverno de milho, Gallassini acredita que até o final de fevereiro a situação esteja normalizada e que toda a área projetada por seus cooperados e para o Paraná seja semeada.


O plantio do chamado milho "safrinha" pelos cooperados da Coamo deve atingir 1,07 milhão de hectares este ano, alta de 15,0% ante 2013. Estes produtores estão na contramão da média do Paraná, onde o governo do Estado projeta uma queda geral de 1,0% no plantio.


"Se chover nos próximos dias, planta tudo que estava previsto, ainda em fevereiro. O produtor tem semente, tem adubo. Está tudo em casa", disse o presidente da cooperativa.


Para o plantio de uma segunda safra de soja, Gallassini não vê intenção dos cooperados de aumentar a área na comparação com anos anteriores.


"Na nossa região, é pouco. Sempre recebemos um pouco, mas o pessoal prefere o milho safrinha."


Ele cita a janela do vazio sanitário - que obriga o plantio da soja safrinha em fevereiro, para ser colhida antes do prazo legal de 15 de junho - e o risco de geadas no inverno como fatores que restringem a aposta neste tipo de cultivo.


O plantio de duas safras consecutivas de soja numa mesma área, na mesma temporada, é desaconselhado por especialistas porque ajuda na manutenção da população de pragas, mas vem sendo visto como alternativa por alguns produtores uma vez que o milho registra rentabilidade muito mais baixa que a soja, atualmente.


A Secretaria de Agricultura do Paraná estima que a soja safrinha vai ganhar 25,0% de área este ano, atingindo cerca de 100,0 mil hectares.


Fonte: Reuters. Por Gustavo Bonato. 10 de fevereiro de 2014.



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