Por conta de uma frente fria que se encontra no Sudeste do Brasil, mais ao sul de Minas Gerais, há um corredor de instabilidades que atravessa boa parte do Centro-Oeste. As nuvens mais carregadas se concentram entre Mato Grosso e Goiás, formando o que a meteorologia chama de invernada.
Embora não exista previsão de altos volumes acumulados de chuva, quando se tem uma invernada, a região passa por uma sequência de dias chuvosos e de céu carregado. Na última madrugada, choveu 34,4 milímetros em Confresa, nordeste de Mato Grosso; 20,2 mm em Alto do Paraíso de Goiás, no nordeste do estado e 55,0 milímetros em Brasília, no Distrito Federal.
A chuva perde intensidade sobre Goiás nesta quinta, dia 23/1, mas em Mato Grosso as pancadas serão mais persistentes. A cada dia a invernada atinge um lugar diferente no estado mato-grossense.
A expectativa é de chuvas mais fortes até o próximo domingo na região. As chuvas serão em forma de pancada de final de tarde acompanhadas de trovoadas. Na sexta, dia 24/1, há previsão de chuva moderada em Goiás e as chuvas ficam mais localizadas na metade oeste do Mato Grosso, por conta do fluxo de umidade vinda da Amazônia. Segundo a Somar Meteorologia, em Mato Grosso do Sul, as pancadas serão isoladas apenas na metade norte do estado.
Essa invernada prejudica o andamento da colheita de soja e também atrasa o plantio da segunda safra de milho e do algodão. Sem falar que o excesso de umidade aumenta os focos de ferrugem asiática lãs lavouras de soja.
"Com muita umidade, a ferrugem explode bem no fim da safra", diz o agrônomo Marco Antônio do Santos.
O Mato Grosso está com 5,0% de suas áreas colhidas, enquanto em Goiás esse percentual está em 1,0%. Em Mato Grosso do Sul chega aos 2,0%. Mesmo com a chuva, esses valores são superiores aos registrados no mesmo período do ano passado. O grande problema para a produção de soja nacional é que o regime de chuvas ainda continuará seguindo esse padrão de irregularidade, ou seja, uma hora essas chuvas estarão sobre uma determinada região e depois em outra, causando assim, estresse hídrico e térmico, provocando danos maiores ou menores dependendo da fase fenológica da planta.
Fonte: Canal Rural. Por Pryscilla Paiva. 22 de janeiro de 2014.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos