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Rentabilidade de produtor gaúcho deve ser menor na safra 2013/14


Quarta-feira, 18 de dezembro de 2013 - 09h14

Com o plantio das lavouras de soja e milho praticamente concluído, os agricultores gaúchos vão obter uma rentabilidade menor na safra de verão 2013/14 em relação ao ciclo anterior. Conforme a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), a queda é resultado da elevação dos custos totais de produção combinada com a redução dos preços pagos aos produtores no acumulado de 12 meses até outubro.


Conforme o economista e responsável técnico da federação, Tarcísio Minetto, o custo de produção da saca de soja cresceu 9,4% no período, para R$42,06, enquanto o preço médio ao produtor oscilou apenas 0,2%, para R$66,69. Com isso, o ganho por saca chega a 58,6%, ante 73,1% em 2012/12. No último levantamento da Emater-RS, na semana passada, o preço estava em R$67,35.


No milho, o custo avançou 5,9% nos 12 meses, para R$23,94, mas o preço recuou 16,9%, para R$23,53, o que representa uma margem negativa de 1,7% por saca para o produtor, ante 25,3% positivos na safra passada, afirmou Minetto. Na semana passada, segundo a Emater-RS, o valor do produto estava em R$23,47 por saca.


A última elevação do preço do óleo diesel, de 8,0% nas refinarias, anunciada em novembro, não foi incluída no levantamento feito pela Fecoagro e deve aumentar em cerca de R$0,50 o custo por hectare das duas culturas. Mesmo assim, apesar da redução das margens, o economista reconhece que a situação dos produtores é "boa", levando-se em conta a alta base de comparação dos ganhos obtidos no ciclo anterior.


Segundo ele, outubro é o ponto de corte da pesquisa porque é nesse período em que a maioria dos agricultores conclui a aquisição de insumos. Para os próximos meses, Minetto espera uma relativa estabilidade dos preços da soja na Bolsa de Chicago, mas uma situação mais "complicada" para o milho, devido aos elevados estoques no país depois da safrinha no Paraná e no Centro-Oeste.


Até agora, o aparecimento da lagarta Helicoverpa armigera em algumas regiões produtoras de soja no estado não provocou danos nem aumentos de custo de produção, explicou o presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto. Mesmo assim, ele reconhece que o problema é "seríssimo" devido ao risco de que os produtores, amedrontados, passem a utilizar volumes maiores de inseticida para combater a praga.


"É preciso ter racionalidade neste momento", afirmou Pinto. A presença da lagarta está sendo monitorada pela Secretaria da Agricultura do Estado, pelo Ministério da Agricultura, pela Emater-RS, pela Embrapa e por universidades gaúchas. Segundo Minetto, o cálculo do custo de produção da Fecoagro considera duas aplicações de inseticida nas lavouras de soja, volume considerado normal para a cultura, no valor total de R$73,60 por hectare.


A Fecoagro projeta também uma produção de 13,0 milhões a 13,5 milhões de toneladas de soja e de 5,5 milhões a 5,6 milhões de toneladas de milho no Estado em 2013/14. Conforme a Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB), o Rio Grande do Sul deve colher 13,2 milhões de toneladas de soja e 5,4 milhões de toneladas de milho, com altas de 5,4% e 0,7% sobre o ciclo anterior, respectivamente.


Fonte: Valor Econômico. Por Sérgio Ruck Bueno. 17 de dezembro de 2013. 



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