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Scot Consultoria

Processadores de suínos mudam compras por governo dos EUA


Quarta-feira, 9 de outubro de 2013 - 09h03

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou no dia 7/10 que não vai publicar na próxima sexta-feira (11/10) seu relatório mensal de oferta e demanda, aumentando a lista de problemas nos mercados agrícolas pela paralisação parcial do governo norte-americano.


A paralisação e a falta de dados do governo fizeram a Tyson Foods, a Cargill e outras processadoras modificar a forma de comprar animais de criadores. As companhias recorrem agora a dados de consultorias privadas para determinar os preços pagos por suínos. Na semana passada, o USDA deixou de publicar preços que serviam como referência para os mercados à vista e futuro.


As mudanças mostram como o setor agrícola está sendo cada vez mais afetado pela licença de centenas de funcionários do USDA desde o início da paralisação, na semana passada. O USDA publica vários dados diários e semanais sobre animais, grãos, leite e outras commodities.


A ausência desses dados reduziu o volume de negócios em alguns mercados de commodities, já que muitos traders adotaram uma postura mais cautelosa e se retraíram. Ao mesmo tempo, agricultores e criadores enfrentam dificuldades para determinar preços justos para os produtos.


"Estamos no escuro", disse Brady Reicks, criador de suínos em Lawler, Iowa. "A única maneira de saber o que está acontecendo é ligando e negociando um preço justo com cada processadora."


No caso da soja e do milho, o relatório de outubro era especialmente importante porque a colheita está em andamento e os dados poderiam oferecer novos insights sobre produção e estoques. Geralmente, a divulgação do relatório mensal costuma provocar fortes oscilações nos preços desses grãos.


"A falta de dados é muito ruim para os negócios", declarou Joe Vaclavik, presidente da corretora Standard Grain, de Chicago. "Precisamos dessas informações para tomar decisões. Isso desacelerou os mercados e reduziu o volume de negócios."


De acordo com dados da Chicago Mercantile Exchange (CME), o volume no mercado futuro de suínos na sexta-feira (4/10) foi 40% menor do que o de segunda-feira (30/9), um dia antes da paralisação do governo.


"A qualquer momento, você podia saber exatamente o valor de um produto de carne suína, e agora perdemos um pouco disso", afirmou Altin Kalo, economista da Steiner Consulting Group.


A Tyson está oferecendo aos criadores a opção de negociar diretamente com a companhia ou acertar um preço baseado numa fórmula que inclui dados de uma empresa privada de pesquisas, a Urner Barry.


A Cargill ofereceu a mesma opção, de acordo com uma carta enviada aos criadores na sexta-feira. A empresa disse, porém, que não pode garantir a pontualidade e a precisão dos dados da Urner Barry e que não pode ser responsabilizada por erros nesses números.


A Urner Barry, por sua vez, disse que está fazendo muito mais ligações desde a paralisação do governo. "Estamos fazendo o possível para ajudar todo mundo", disse Russell Barton, analista de suínos da empresa.


Fonte: O Estado de São Paulo. 8 de outubro de 2013.



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