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Scot Consultoria

Lactalis deverá fazer oferta à LBR até meados de setembro


Sexta-feira, 30 de agosto de 2013 - 09h13

Os credores da LBR - Lácteos Brasil concordaram, no dia 29 de agosto, em suspender a assembleia de recuperação judicial da companhia até 30 de setembro. Com isso, os credores terão tempo para avaliar a proposta de aumento de capital que deve ser feita pela francesa Lactalis na LBR.


De acordo com Nelson Bastos, diretor-presidente estatutário da LBR, a expectativa é de que a Parmalat SpA, controlada pela Lactalis, faça uma "proposta firme" para os acionistas da LBR até a primeira quinzena de setembro.


A proposta de aumento de capital na LBR "poderá dar à empresa francesa o controle da companhia brasileira dependendo da oferta" que será feita, disse Bastos ontem de manhã antes de os credores deliberaram pela suspensão da assembleia. Considerando o histórico de outras operações envolvendo a empresa francesa, a tendência é que a Lactalis busque o controle da LBR.


Aos credores, Bastos afirmou que "a transação com a Lactalis parece a melhor solução para a LBR, mas se não se concretizar, a companhia irá sobreviver e terá capacidade de cumprir o plano de recuperação judicial". Em sua apresentação, o executivo disse que a proposta da Lactalis "pode pressupor uma nova formatação da relação com os credores, com uma substancial redução de risco".


Conforme apurou o Valor, a existência das negociações com a Lactalis não implica necessariamente mudanças no atual plano de recuperação judicial apresentado aos credores. As condições podem ser modificadas ou não. Mas o que se espera é uma redução de risco para os credores, já que um aumento de capital pela Lactalis diminuiria a possibilidade de inadimplência pela LBR.


A LBR propõe aos credores o pagamento do valor de face dos débitos, mas quitação do principal só a partir de 2021 no caso dos credores com garantia e quirografários (sem garantia). Credores considerados fornecedores essenciais seriam pagos em até 24 meses a partir da aprovação do plano. Os débitos da empresa com os credores quirografários financeiros somam R$517 milhões e com os credores com garantia real, R$120 milhões.


Aos credores da Lactalis, Nelson Bastos mostrou resultados operacionais da empresa que permitem, segundo ele, cumprir o que foi proposto na recuperação judicial. Segundo sua apresentação, a receita bruta da LBR saiu de R$144 milhões, em fevereiro deste ano, para R$181 milhões em julho, um aumento de 26%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que era negativo em R$4 milhões em fevereiro, alcançou R$11,9 milhões em julho.


Além disso, a empresa ampliou a captação de leite em 17% entre maio e agosto e reduziu em 64% os estoques entre fevereiro e agosto. Conforme o executivo da LBR, a empresa também diminuiu custos fixos de R$27 milhões em janeiro para R$18 milhões em junho, assim como o número de funcionários, que caiu de 4.830 para 3.169 pessoas em junho. A LBR também reduziu perdas entre março e junho, de R$4,5 milhões para R$1 milhão. Os custos com frete por tonelada foram reduzidos em 22%, sempre segundo a empresa.


Para obter tais resultados, informou, a empresa focou em produtos, mercados e canais com maiores margens, fechou oito centros de distribuição, melhorou a performance industrial, além de reduzir a ociosidade fabril, com o fechamento de unidades industriais. Eram 31 quando a empresa foi criada, no fim de 2010, e hoje são 12.


Antes de pedir recuperação judicial, a LBR, já em dificuldades financeiras, chegou a negociar com a Lactalis, mas as conversas não vingaram. Os credores deverão ser informados, no dia 16 de setembro, sobre os desdobramentos das atuais negociações.


Fonte: Valor Econômico. Por Alda do Amaral Rocha. 30 de agosto de 2013.



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