O acordo assinado entre a Monsanto e entidades que representam os produtores de Mato Grosso, divide a opinião de agricultores de outros Estados. O produtor, Ilton Bolzan, de Tupanciretã, no noroeste do Rio Grande do Sul, tem 6.300 hectares dedicados à soja. Para ele, o acordo com a Monsanto é a melhor alternativa.
- Sou a favor, pois eles trabalham nisso. A pesquisa é muito cara e eu acho que esse acordo é bom para os agricultores que não precisam mais pagar o RR1. Quem quer plantar, esta livre e o RR2 vai ser cobrado. Ele só paga a quantia de hectares que plantar, no fim, dá na mesma - comenta o agricultor.
Já o produtor e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (APROSOJA RS), Décio Teixeira, de Cruz Alta, tem opinião completamente contrária.
- No caso, se a Monsanto se propõe a pagar com desconto em cima de uma nova tecnologia, quem é que disse que nós somos obrigados a comprar sementes deles!? - indaga o agricultor.
Teixeira é produtor de soja desde a década de 70, possui mil hectares do grão. Ele defende que os produtores escolham outras companhias produtoras de sementes, e está indignado com o posicionamento de entidades representantes do setor.
- O que me preocupa é que as federações tentem faze acordo para beneficiar uma multinacional. Eles estão ganhando dinheiro para defender o produtor e não uma multinacional. O interesse do produtor no momento, é não pagar os royalties, queremos a devolução daquilo que nos foi tomado indevidamente - destaca.
O produtor comentou a adesão ao acordo por parte dos produtores de soja mato-grossenses.
- Não posso falar por eles, mas me surpreende que eles tenham tentado fazer acordo para o produtor, aliás, o produtor de lá também não está aceitando, quem aceitou foram as federações - disse.
A Federação dos Agricultores do Rio Grande do Sul, que esteve reunida com Sindicato Rural do Estado para propor o acordo, prefere não se manifestar sobre o assunto.
Fonte: Canal Rural. Por Cristiane Viegas. 14 de agosto de 2013.
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