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Scot Consultoria

Governo anuncia R$7 bilhões de investimentos no primeiro Plano Safra Semiárido


Sexta-feira, 5 de julho de 2013 - 09h12

Foi anunciada na quinta, dia 4, uma série de medidas especiais para o fortalecimento da produção agrícola e pecuária e convivência com a estiagem. Segundo o governo, o objetivo do Plano Safra Semiárido é garantir segurança, impulsionando sistemas de produção adaptados à realidade do clima da região. O foco é a agricultura familiar - que está em 95% de 1,6 milhão de estabelecimentos agropecuários dos municípios. A presidente Dilma Rousseff exaltou as iniciativas:


"Começamos a construir hoje uma política permanente para mudarmos estruturalmente a nossa capacidade de conviver com a seca."


Uma das principais medida do Plano Safra do Semiárido é a suspensão das execuções das dívidas dos produtores da região até o fim do ano que vem. No total, serão investidos R$7 bilhões para o Plano Safra do Semiárido, através de ações estruturantes. Deste valor, são R$4 bilhões para a agricultura familiar e R$3 bilhões para médios e grandes produtores.


Com medidas que facilitam o acesso ao crédito, a ideia do governo é aumentar o acesso aos programas de compras públicas, fazendo aumentar os preços de garantia de importantes produtos da região. O Plano Safra do Semiárido ainda cria uma nova modalidade para o Programa de Aquisição de Alimentos na região e apresenta novidades nos seguros para a agricultura familiar, como exaltou o ministro Pepe Vargas.


"Queremos um desenvolvimento rural sustentável, durável e pleno."


Dilma afirmou é necessário aprender a "conviver" com a seca do Semiárido. De acordo com ela, é fundamental uma ação conjunta das diversas esferas do poder para lidar com essa situação.


"A seca pode ser perfeitamente controlada e, portanto, nós podemos com ela conviver. Para isso é preciso determinação e vontade política e ação conjunta. Aqui houve ação conjunta."


Citando a atual seca que atinge alguns estados do Nordeste brasileiro, a pior dos últimos 50 anos, a presidente afirmou que era necessária uma "ação emergencial" para enfrentá-la. Ela ressaltou, no entanto, a necessidade de serem criadas estruturas políticas para esse enfrentamento.


"Essa é uma das maiores secas dos últimos 50 ou 100 anos. Essas ações emergenciais são importantes, mas é possível estruturar uma política de combate às questões que nunca foram enfrentadas. Temos que ter um plano para criar agroindústria no Semiárido. Vamos assegurar um padrão de produção à altura dessa região", emendou.


Medidas do Plano Safra Semiárido:


Crédito


As taxas de juros serão especiais para o Semiárido. Para as operações de custeio, os juros serão de 1% a 3% ao ano (para as demais regiões, os juros são de 1,5% a 3,5%); para os contratos de investimento na região, os juros vão de 1% a 1,5% ao ano (as taxas para o resto do país ficam entre 1% e 2%).  Estas operações permitirão acesso à assistência técnica. Para os agricultores que pagarem em dia as parcelas, a assistência técnica será gratuita.  A linha B do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf B) que tem rebate de 25%, ampliará para 40% para o Semiárido.


Compras públicas


Será destinado R$1,5 bilhão para compras públicas da agricultura familiar na região na safra de 2013/2014. Desse total, R$650 milhões serão para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e R$700 milhões para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).  A partir de agora, o programa ganha uma nova modalidade, que vai permitir que agricultores familiares comprem alimentação animal, e também agricultores familiares que tenham excedente de forragem animal possam comercializá-la. Para a alimentação animal serão R$100 milhões e R$50 milhões para distribuição gratuita de sementes e mudas, bem como a ampliação do limite de venda por agricultor para R$8 mil/ano.


PGPAF


O Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF), que abrange 49 produtos, terá uma ação específica para itens importantes para a região. Os produtos caprino/ovino que tinham um preço de garantia de R$8,64/kg passam a ter um preço de R$9,94/kg. Outros produtos fundamentais para a região também terão seus valores ampliados. A mandioca terá o valor de R$188 por tonelada (era de R$161,41 na safra 2012/2013) e o leite, terá aumento de 16,0%, passando de R$0,86 para R$1 o litro.


Garantia-Safra


O Garantia-Safra beneficiará 1,2 milhão de agricultores na safra 2013/2014. Na safra 2012/2013, 971.117 agricultores familiares de 1.114 municípios aderiram ao programa. Os recursos para os pagamentos são do Fundo Garantia-Safra, que tem aporte da União, dos Estados, dos municípios e dos agricultores.


SEAF


Os agricultores do Semiárido terão uma redução do custo do Seguro da Agricultura Familiar (SEAF). Os que contratavam operações de custeio e que tinham sua operação coberta pelo Seguro da Agricultura Familiar, antes pagavam 2,0% e agora passam a pagar 1,0%. Com isso, o governo pretende estimular os agricultores a procurarem maior proteção contra perdas climáticas.


Ater


A Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) será disponibilizada a 347 mil agricultores familiares da região na safra 2013/2014. Serão contratadas entidades que prestam serviços de Ater específicos para o Semiárido.


Fomento


Trinta mil famílias receberão fomento no valor de R$3 mil (não reembolsável) e assistência técnica especial para estruturar o sistema de produção de convivência com o semiárido. Isto vai estimular que o produtor produza alimentos para os animais nos períodos de chuva, e que consiga armazenar para períodos de estiagem.


Linha Emergencial de Crédito


Para ampliar o apoio aos agricultores familiares do semiárido, o governo federal anuncia o aporte de R$400 milhões para a linha emergencial de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), executada pelo Banco do Nordeste. Com o novo recurso, a linha de crédito vai somar R$3,15 bilhões. Objetivo é auxiliar os agricultores familiares, produtores rurais e empreendedores prejudicados pela estiagem.


Irrigação


Foi anunciado apoio à agricultura irrigada no Semiárido por meio da redução das taxas de juros, com objetivo de expandir a produção nos perímetros irrigados e os investimentos privados em irrigação na região.


Fonte: Rural Br. 5 de junho de 2013.



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