O mercado de grãos ignorou o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado na última quarta-feira (12/6).
Mas está de olho na troca de áreas entre soja e milho, o que deverá ser anunciado pelo próprio USDA no final deste mês.
Nos EUA, algumas avaliações indicam que o relatório "pode ser jogado fora". No Brasil, a análise não é diferente. Daniele Siqueira, da AgRural, de Curitiba, diz que as informações de milho pouco mudaram, enquanto as de soja não tiveram nenhuma mudança em relação às já divulgadas anteriormente.
Foi o entendimento do mercado. O milho, apesar da redução de área, devido à perda do tempo de plantio provocada pelo clima, recuou de preço em Chicago.
Daniele diz que o mercado já está assimilando essa redução e que a demanda interna dos EUA se ajustou à oferta curta de produto.
Para ela, os acertos da oferta fraca são feitos nas exportações, sem comprometer o mercado internacional devido à oferta de outros países como Brasil e Argentina.
No caso da soja, que deverá receber pelo menos um milhão de hectares do que seria destinado originalmente ao milho, a queda é uma correção de rumos devido às altas nas semanas recentes.
Ao fazer uma correção nos números de área do milho no final deste mês, o USDA deverá ajustar o consumo para baixo, afirma Daniele.
Já no que se refere à soja, a incorporação de novas áreas se dá no contexto de demanda ainda aquecida.
O primeiro contrato da soja teve queda de 2% ontem em Chicago. O milho recuou 1,1%, e o trigo subiu 0,4%.
Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 14 de junho de 2013.
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