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Bactéria ameaça laranjais da Flórida e beneficia o Brasil


Segunda-feira, 20 de maio de 2013 - 08h35

O setor citrícola da Flórida enfrenta a mais grave ameaça de sua história: o greening, uma praga provocada por uma bactéria e para a qual ainda não se encontrou a cura, infectou os 32 condados do estado onde a fruta é cultivada.


Embora a doença, chamada citrus greening, tenha sido detectada na Flórida pela primeira vez em 2005, os prejuízos causados este ano são imensos. A bactéria, que torna o fruto amargo e provoca a sua queda antes que ele amadureça, afeta todas as frutas cítricas, mas as perdas são mais devastadoras para as laranjas, a principal cultura.


O contágio é tão grande que o Departamento da Agricultura dos EUA reduziu a estimativa de cinco safras consecutivas, o que é extraordinário, afirmam os analistas. A colheita ainda não acabou, mas a produção já encolheu 10,0% em relação à estimativa original, afirmaram.


"A indústria que é sinônimo da Flórida, que tornou a laranja um alimento indispensável no café da manhã dos americanos, está totalmente ameaçada", disse o senador Bill Nelson, democrata da Flórida, que conseguiu obter uma verba federal de US$11 milhões para a pesquisa contra a doença. "Se não encontrarmos o remédio, a praga eliminará o setor de cítricos."


Sua migração constante do sul para o norte da Flórida - e também para outros Estados - este ano intensificou as preocupações dos processadores de suco, dos investidores, de citricultores e parlamentares. A Flórida é o segundo produtor mundial de suco de laranja depois do Brasil. O setor movimenta US$9 bilhões e é um dos principais sustentáculos da economia do estado, contribuindo com 76 mil empregos.


A indústria, afetada ao longo dos anos pelo cancro, por fortes geadas e pelos furacões, já enfrentou grandes dificuldades. Mas a doença é o que mais preocupa. O greening, que pode permanecer em estado de latência de dois a cinco anos, é espalhado por um inseto do tamanho de uma cabeça de alfinete, o asian citrus psyllid. Ele se alimenta da árvore, depositando a bactéria que vai consumindo os seus nutrientes. Os psilídeos voam de árvore em árvore, deixando uma trilha de contágio.


Até o momento, os esforços conjuntos dos citricultores e os milhões de dólares gastos em pesquisa para combater a doença falharam.


Com o problema nos EUA, as indústrias de suco de laranja do Brasil têm uma boa oportunidade para reduzir seus estoques. As empresas brasileiras contam com um estoque de 1,11 mil toneladas de suco concentrado, o que corresponde a mais do que todo o consumo no Brasil no ano passado. Agora, parte desse produto pode ter como destino o território norte-americano.


Fonte: Agência Estado. 17 de maio de 2013.



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