BRF capta cerca de US$750,00 milhões

A BRF, empresa brasileira do setor de alimentos, captou cerca de US$750,00 milhões por meio de duas emissões de títulos no exterior - uma denominada em dólares e a outra, em reais, segundo executivo que acompanhou a operação.

Com a tranche em dólares, que tem prazo de dez anos, a companhia captou US$500,00 milhões, com demanda que superou US$4,00 bilhões. O spread ficou em 220 pontos-base acima dos títulos do tesouro americano (prêmio inferior aos 237,5 pontos indicativos na oferta), o que equivale a rendimento de cerca de 4,2% ao ano - o menor na história pago por empresa não financeira em emissão equivalente. "Só a Cielo e o Tesouro brasileiro tinham conseguido pagar rendimentos menores", afirma o executivo.

Já com a oferta em reais, que tem vencimento em cinco anos, a BRF levantou R$500,00 milhões, depois de atrair demanda de R$1,00 bilhão. O rendimento ao investidor ficou em 7,8% ao ano, conforme estimativa inicial - também recorde de baixa para uma emissão em reais de uma empresa não financeira.

O objetivo da BRF é usar os recursos para rolagem de dívida. Na semana passada, a agência de classificação de risco Fitch afirmou, em relatório, que a companhia pretende refinanciar passivos de curto prazo, aumentando o prazo médio da dívida.

A última vez que a empresa acessou o mercado internacional de bônus foi em junho do ano passado, com duas tranches de uma emissão de dez anos com vencimento em 2022. Na primeira, levantou US$500,00 milhões pagando um rendimento ao investidor de 6,0% ao ano. Na reabertura, duas semanas depois, levantou outros US$250,00 milhões, a 5,5% ao ano.

A BRF contratou os bancos BB Securities, Bradesco BBI, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander.

Fonte: Valor Econômico. Por Alessandra Bellotto. 16 de maio de 2013.