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Bezerra Brasília é o novo clone da Embrapa


Quarta-feira, 8 de maio de 2013 - 08h54

Manhosa, dócil e perfeitamente saudável. Essa é a bezerra Brasília do Cerrados, nascida no dia 23 de abril de 2013 nas dependências do Centro de Transferência de Tecnologias de Raças Zebuínas com Aptidão Leiteira (CTZL) da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), localizado no Gama (DF). Apesar do comportamento normal para qualquer bovino da raça Guzerá Leiteiro dessa idade, Brasília não é uma bezerra qualquer. Ela é um animal clonado pela técnica de transferência nuclear - mas não um clone convencional, a partir de células embrionárias ou de pele. Trata-se da primeira experiência bem-sucedida de clonagem de bovino a partir de células de tecido adiposo (gorduras) de um animal nascido.


Batizada com o nome da capital federal por ter nascido na semana do aniversário de 53 anos da cidade, a bezerra é fruto de um estudo iniciado há quatro anos pelo pesquisador Carlos Frederico Martins, com participação da professora Sônia Nair Báo, professora de Biologia Animal da Universidade de Brasília (UnB), de Ivo Pivato, professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) da UnB, das bolsistas Carolina Gonzales da Silva e Elisa Ribeiro da Cunha, alunas respectivamente de doutorado e mestrado da UnB, e da equipe do CTZL. Atualmente, os professores Fábio Ximenes e José Renato Borges, do Hospital Veterinário da UnB, também estão participando do trabalho, realizando o acompanhamento neonatal da bezerra Brasília.


"Há relatos na literatura de tentativas de clonagem a partir de células-tronco induzidas de células adiposas, mas o animal nasceu morto. No nosso caso, é a primeira vez que nasce um animal saudável utilizando-se esse tipo celular como fonte de células-tronco", explica o pesquisador. E Brasília é tão saudável - nasceu de parto natural com 35kg, e já pesava 42kg aos 10 dias de vida - que mama, caminha e brinca sem qualquer dificuldade ou ajuda dos técnicos.


O nascimento sem complicações chamou a atenção da equipe do Centro. "Nascer de parto natural é raro para animais clonados. Normalmente, o parto é induzido porque o clone não sinaliza para a mãe de aluguel quando vai nascer", diz Martins, acrescentando que o peso de Brasília ao nascer foi satisfatório. "Um dos clones produzidos pelo uso de outro tipo celular (células amnióticas) morreu logo após o nascimento por complicações respiratórias. Era muito grande, pesava 58kg", compara.


O pesquisador da Embrapa Cerrados e os colegas chegaram a desconfiar que a gestação tranquila resultaria em um animal não clonado. Mas quando Marina, a vaca receptora do embrião, deu à luz, o sucesso ficou evidente. "Ela é idêntica à vaca doadora quando bezerra, tem as mesmas manchas, os mesmos traços", garante Martins. De fato, Brasília não guarda qualquer semelhança com Marina, uma vaca da raça Girolando. Por outro lado, é impossível distingui-la da imagem de Acácia, a mãe biológica, quando bezerra.


A comprovação definitiva de que se tratava mesmo de um clone veio uma semana depois, com o resultado do exame de DNA apontando rigorosamente o mesmo material genético de Acácia.


Fonte: Embrapa Cerrados. 7 de maio de 2013.



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