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Scot Consultoria

Minerva e JBS fazem lição de casa em desalavancagem e geração de caixa


Terça-feira, 2 de abril de 2013 - 15h31

As duas maiores cobranças de participantes do mercado financeiro com relação às empresas brasileiras de alimentos estão sendo cumpridas pela Minerva e pela JBS. Um deles é o processo de redução do grau de endividamento - medido pela relação dívida líquida e Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) dos últimos 12 meses - e o outro, a geração positiva de caixa operacional e também o livre ao acionista.


No caso da Minerva, o quarto trimestre de 2012 foi o quinto consecutivo de geração de fluxo de caixa livre ao acionista positivo. Conforme dados da companhia, em relatório de resultados, de outubro a dezembro de 2012, a cifra foi de R$63,90 milhões - após capital de giro de R$ 29 milhões; investimento (capex) de R$48,50 milhões e despesas financeiras de R$38,10 milhões. No ano a cifra foi de aproximadamente R$200,00 milhões.


O grau de alavancagem ficou em 2,8 vezes ao fim de 2012 ante 3,65 vezes de 2011 e 3,7 no encerramento de setembro. Com maior exposição a bovinos, a empresa usufrui dos benefícios do ciclo positivo da pecuária nacional à indústria para melhorar suas margens e Ebitda e quer aumentar a participação de industrializados e venda para o pequeno e médio varejo.


Além disso, a Minerva aproveitou as janelas de oportunidades no exterior para alongar o perfil e reduzir os custos da sua dívida. As menores despesas financeiras e o incremento de Ebitda estão sendo fundamentais para a geração de caixa livre ao acionista.


O cumprimento da "lição de casa" agradou. Nem mesmo o prejuízo de R$21,80 milhões no quarto trimestre em virtude do imposto de renda maior do que o esperado tirou o ânimo do mercado: desde a divulgação dos seus resultados, no último dia 20 até ontem, as ações ordinárias da companhia acumulam alta de 3,9%.


Já para a JBS, o quarto trimestre marcou o terceiro trimestre consecutivo de redução do grau de alavancagem. O indicador ao fim de dezembro de 2012 ficou em 3,43 vezes ante 3,68 no encerramento de setembro e 4,27 ao fim de junho. Em 31 de dezembro de 2011, o múltiplo era de 4 vezes.


A diminuição do indicador foi resultado da geração de caixa livre (após investimentos) de R$305,40 milhões no trimestre e do aumento do Ebitda nos últimos 12 meses. A geração de caixa operacional (antes de investimentos) no quarto trimestre foi de R$795,88 milhões, alta de 771,1% ante a de R$91,40 milhões do mesmo período de 2011. No ano, a geração de caixa operacional foi de R$1,47 bilhão, avanço de 142,7% ante a de R$606,512 milhões de 2011.


"A JBS informou mais um trimestre de forte fluxo de caixa, rendimento de 1,7% ou 5,8% anualizado, que acreditamos que deve ser bem-visto pelos investidores", afirmaram os analistas do Bank Of America Merrill Lynch, Fernando Ferreira e Isabella Simonato, em documento ao mercado após o balanço. A JBS é a ação preferida do setor de alimentos da casa.


A empresa também acessou o mercado externo de capitais para diminuir suas despesas financeiras e alongar o prazo de vencimento da dívida. Mas antes disso, já havia feito um rebalanceamento de seu endividamento para melhor uso dos ágios das aquisições efetuadas e benefícios fiscais.


Assim como a Minerva, as operações de bovinos da JBS no Mercosul estão contribuindo para a expansão de margem e Ebitda. A Itaú Corretora espera uma melhora nas margens das carnes bovinas nos Estados Unidos ao longo de 2013, de modo que o volume maior provavelmente compense as margens menores da JBS no Mercosul.


Mesmo com uma perspectiva positiva para a empresa no médio e longo prazo, os papéis ordinários da companhia (JBSS3) recuaram 4,1% entre 13 de março (data da divulgação do balanço) até 1 de abril.


Fonte: Estadão. Por Suzana Inhesta. 2 de abril de 2013.



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