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Mato Grosso já pede ajuda para escoar safra de milho


Segunda-feira, 1 de abril de 2013 - 08h53

Ainda longe do início da colheita da segunda safra de milho deste ciclo 2012/2013 em Mato Grosso, previsto para junho, entidades que representam os produtores do estado já começam a pedir ao governo federal ajuda para escoar parte da produção e evitar uma forte retração dos preços.


Desde o início do ano, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura planejavam realizar contratos de opção envolvendo cerca de R$1,00 bilhão para comprar de 3,00 milhões a 4,00 milhões de toneladas de milho mato-grossense para recompor estoques públicos. O projeto, porém, voltou para a SPA devido a um pedido de informações do Ministério da Fazenda.


A proposta foi bem recebida dentro da Fazenda, mas foram levantadas algumas dúvidas, principalmente em relação aos preços que o grão deve atingir no segundo semestre. Fontes envolvidas disseram que é importante antecipar as conversas e dar "previsibilidade" ao produtor, mas sem erros no processo. Há dúvidas quanto ao mecanismo a ser usado: contrato de opção ou Aquisição do Governo Federal (AGF).


Existe a sensação, dentro do governo, de que a hora ideal já passou. A intenção inicial da Conab e da SPA era dar "garantia" ao produtor que sua colheita seria vendida. No Ministério da Fazenda, predomina a ideia de que os preços não cairão tanto e que um AGF seria o suficiente para sustentar os preços ao produtor.


Segundo fontes da Fazenda, no ano passado também houve uma expectativa errada de preços. "Todos achavam que o preço seria mais baixo, mas a quebra dos Estados Unidos foi grande e conseguimos outros mercados para escoar", lembrou a fonte - que afirma que ainda é cedo para saber se os Estados Unidos vão colher as 340,00 milhões de toneladas estimadas.


Mesmo com o pedido de socorro, as vendas ganharam ritmo. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o estado exportou 4,8 milhões de toneladas de milho durante toda a safra 2011/2012 e já chegou a 12,00 milhões de toneladas de julho de 2012 a fevereiro deste ano. Apesar dos estoques baixos, a previsão de produção elevada é o principal motivo para o pleito.


Segundo o 6º levantamento de safra da Conab, divulgado no início de março, o Brasil deverá produzir 76,00 milhões de toneladas de milho na safra atual, 4,2% mais que no ciclo passado. Do total produzido na safra 2012/2013, 16,50 milhões de toneladas serão colhidas em Mato Grosso. Na safra 2011/2012, foram colhidos 15,60 milhões de toneladas no Estado.


O presidente da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro, disse que medidas de apoio seriam importantes para ajudar o produtor a negociar sua colheita. A Aprosoja estima que o custo de produção na safra atual esteja em R$ 15 a saca devido à alta de custos do frete. O preço mínimo do milho no Estado, segundo dados da Conab, foi de R$12,60 em 2012 e em 2013 chegou a R$13,02. "Queremos evitar o excesso de milho dentro do estado e também garantir a rentabilidade do produtor", disse. O governo também poderia repor seus estoques a preços mais baixos, afirmou Fávaro.


Fonte: Valor Econômico. Por Tarso Veloso. 28 de março de 2013.



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