• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Estiagem reduz produção de café na Bahia


Sexta-feira, 22 de março de 2013 - 08h20

A produção de café da Bahia está sendo mais uma vez afetada pela seca. Na safra 2013/14, a colheita, que começará em maio, é estimada entre 1,7 milhão e 1,8 milhão de sacas de 60 quilos, ante 2,0 milhões no ciclo 2012/13, também prejudicado por estiagem. Não fosse o clima adverso, o estado poderia produzir até 2,7 milhões de sacas na nova safra, conforme projeções da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé). A Bahia é o quarto maior estado produtor de café do país.


A região mais castigada até agora é a do Planalto, que engloba os polos de Vitória da Conquista, Brejões e Diamantina. A participação da região, que normalmente respondia por um terço da colheita estadual, deverá ser reduzida para 20,0%, segundo João Lopes Araújo, presidente da Assocafé. A produção no Planalto deverá ficar entre 400 mil e 500 mil sacas, ante cerca de 600 mil em 2012/13. Em condições mais favoráveis, a colheita poderia ser 40,0% maior, afirma Araújo.


Muitas lavouras estão praticamente abandonadas (cerca de 20% da área da região) e existe o risco de algumas plantas morrerem. "Após dois anos sem adubo e com seca, o café precisa ser recepado (podado) e vira uma planta nova, com custo muito elevado, pois só começa a produzir novamente em dois anos", analisa Araújo.


A situação dos produtores é agravada pelos atuais baixos preços da commodity, sobretudo porque a maior parte da produção do Planalto baiano vem de agricultores familiares. Por isso, será feito um levantamento para encaminhar ao governo propostas de prorrogação de dívidas e recursos para recuperação das lavouras. "Esta é a pior seca da história da Bahia", afirma o dirigente.


Outras áreas produtoras de café na Bahia são o oeste do estado, onde predomina a irrigação, e o sul, onde avança o cultivo de café robusta, cuja área não foi atingida pela seca. A expectativa é que a produção de robusta alcance 1,0 milhão de sacas neste ano, ante 600 mil sacas na temporada 2012/13.


Araújo diz que se não chover em março, a situação piora, pois no semiárido o período de chuvas é de outubro a março. A previsão é de chuvas em quase toda a Bahia até a 1ª quinzena de abril, mas não serão suficientes para reverter os efeitos da seca, segundo Marco Antonio dos Santos, da Somar Meteorologia. Fora a Bahia, o clima, por enquanto, está favorável em praticamente todas as regiões cafeeiras do país.


Fonte: Valor Econômico. Por Carine Ferreira. 21 de março de 2013.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja