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Scot Consultoria

Seca encolhe economia do RS e reforça o papel da irrigação


Terça-feira, 12 de março de 2013 - 16h12

O tombo de 1,8% no Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado evidencia que o Rio Grande do Sul não pode mais depender dos humores de São Pedro - o padroeiro que regula as torneiras da chuva. O PIB gaúcho despencou porque a estiagem devastou lavouras e pastagens, impondo um desempenho negativo de 27,6% na agropecuária.


Confirmada oficialmente nessa segunda-feira (11/3), pela Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS), a queda no PIB gaúcho de 2012 pode ser atribuída à seca que se prolongou por cinco meses, a partir de novembro de 2011. A produção da soja teve queda de 49,3%, seguida de estragos no milho (-45,3%), e até no trigo (-32,0%). Outra cultura indispensável, o feijão, rendeu 28,2% menos na safra passada.


Estiagens são recorrentes, castigam os gaúchos a intervalos mais ou menos regulares. A novidade é o esforço para implantar sistemas de irrigação em lavouras e pastagens. O presidente da Comissão de Irrigantes da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), diz que 125,0 mil hectares dispõem de irrigação por pivô, aspersão ou gotejamento. Mas isso é apenas 2,0% da área cultivada.


A área irrigada vem crescendo, principalmente a partir de 2004, quando havia somente 15,0 mil hectares protegidos. No entanto, reclama que os produtores estão inseguros diante de exigências ambientais e burocráticas, afirmou.


"As propriedades deveriam ter ao menos 30,0% da sua área irrigada. Hoje, a água é o insumo número 1",diz o técnico da Farsul.


Sem prevenção, o prejuízo foi inevitável. Com a agropecuária arrasada pela seca, o desempenho do PIB gaúcho foi inferior à do Brasil, que cresceu 0,9% em 2012. O resultado é que o gaúcho ficou mais pobre: a renda per capita caiu 2,2%, estacionando em R$27.514 ao ano. A frustração com a agropecuária se espalhou a outras áreas. A que mais sentiu foi a indústria de transformação, com queda de 4,5% no PIB.


Apesar do susto, a FEE não considera grave a queda de 1,8%. Os agricultores mantiveram a renda, o preço dos grãos ficou alto e há crédito para investir. O coordenador do Núcleo de Contas Regionais da entidade prevê que o PIB de 2013 irá se recuperar com a previsão de colheita recorde de soja:


"Para este ano, haverá efeitos positivos na economia do estado".


Fonte: Zero Hora. Por Nilson Mariano. 12 de março de 2013.



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