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Scot Consultoria

USDA estima colheitas recorde de grãos e preços mais baixos


Segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013 - 08h37

Após a catástrofe climática do ano passado, que dizimou a produção de grãos dos Estados Unidos, os agricultores americanos deverão colher safras recordes de soja e milho na safra 2013/2014, o que abre caminho para a recomposição dos estoques e para a queda dos preços internacionais dessas commodities.


A avaliação é do economista-chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Joseph Glauber, que apresentou as primeiras projeções do órgão para a safra 2013/2014, que começa em setembro próximo e se estende até agosto do ano seguinte. Os números foram divulgados durante o "Outlook Forum", evento anual do USDA sobre as tendências para a temporada.


De acordo com Glauber, o país tem potencial para produzir 369 milhões de toneladas de milho neste ano, um aumento de quase 95 milhões de toneladas (ou 35%) em relação ao volume produzido em 2012. Já a produção de soja foi projetada em 92,53 milhões de toneladas, 10,5 milhões de toneladas (ou 12,9%) a mais do que no ano passado.


A expectativa inicial é que os americanos reduzam em 0,7% sua área plantada com milho, para 39,05 milhões de hectares no plantio de 2012 - o aumento da produção seria garantido pela recuperação da produtividade após a quebra da última safra. Já a área plantada com soja seria ampliada em 0,4%, para 31,36 milhões de hectares.


Finalmente, a área de trigo deve ser ampliada em 0,5%, para 22,66 milhões de hectares, embora seja esperada uma queda de 7,4% na produção, para 57,15 milhões de toneladas.


Para o economista-chefe do USDA, a confirmação desse cenário - que depende do comportamento do clima no Cinturão do Milho nos próximos meses - abre caminho para uma queda expressiva nos preços da soja e do milho, que bateram recorde no ano passado. Segundo Glauber, o preço médio da soja durante a temporada pode cair mais de 26%, de US$14,30 para US$10,50 por bushel. Já o milho pode desabar 33%, de US$7,20 para US$4,80 por bushel, enquanto o trigo pode recuar 11,4%, para US$7 por bushel.


Essa tendência já é sinalizada no mercado futuro de Chicago, onde os contratos de longo prazo (com vencimento a partir de setembro) são negociados com um "desconto" em relação aos lotes para entrega em março e maio, mais negociados. Ontem, os contratos de soja para março fecharam cotados a US$14,79 (alta de 0,6%), enquanto os lotes para novembro encerraram a US$12,77 (queda de 0,5%).


A diferença entre os dois vencimentos vem crescendo nas últimas semanas, o que indica uma preocupação crescente do mercado com a oferta no curto prazo.


De acordo com Flávia Moura, analista da corretora Newedge USA, em Nova York, o mercado embutiu um prêmio sobre os vencimentos mais curtos devido à dificuldade do Brasil em escoar sua safra recorde - estimada em cerca de 83 milhões de toneladas -, o que obrigou a China a se abastecer no mercado americano, onde os estoques remanescentes da temporada 2012/2013 são escassos. "Estima-se que os chineses tenham comprado 3 milhões de toneladas na última semana, o que é completamente atípico para esta época do ano. Os estoques são baixos e os produtores que ainda tem soja não querem vender", afirma.


Segundo a analista, os preços da soja tendem a se manter firmes ao longo das próximas semanas, até que os embarques de soja da América do Sul ganhem força. Em relação às projeções divulgadas pelo USDA, Flávia Moura ponderou que o plantio esperado ficou ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado, o que reduz ainda mais o espaço para perdas devido a problemas climáticos. "O tempo ainda está muito seco nos Estados Unidos", observou.


O próprio economista-chefe do USDA tratou de destacar esses riscos. "Ouvindo a projeção para 2013, alguém pode ter uma sensação de déjà vu, já que a expectativa é similar à que tínhamos um ano atrás. Mas, em vez de uma safra recorde, vimos preços recordes. Embora o cenário seja brilhante, há muitas incertezas", afirmou Glauber. A safra americana começa a ser plantada no fim do segundo trimestre e colhida a partir de agosto.


Fonte: Suinocultura Industrial. Pela Redação. 22 de fevereiro de 2013.



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