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Ritmo da expansão global dos transgênicos arrefece


Sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013 - 08h34

Embora o plantio global de safras transgênicas tenha batido recorde, o ritmo de adoção da tecnologia perdeu fôlego em 2012, em um sinal de consolidação dos mercados tradicionais.


No ano passado, a área ocupada com sementes geneticamente modificadas cresceu 6,0%, para 170,3 milhões de hectares, segundo o ISAAA, lobby científico financiado pelas multinacionais de biotecnologia agrícola. Trata-se da menor taxa de expansão pelo menos desde 2001 (em 2010 e 2011, o aumento foi de 10,4% e 8,1%, respectivamente).


Nos Estados Unidos, maior mercado agrícola do mundo, o cultivo de transgênicos cresceu menos de 1,0% no ano passado (para 69,5 milhões de hectares), depois de avançar 3,3% no ano anterior. Mercados relevantes como Argentina (23,9 milhões de hectares), Índia (10,8 milhões) e China (4,0 milhões) também ficaram perto da estagnação.


A principal exceção à regra foi o Brasil, que respondeu, sozinho, por 60,0% de todo o aumento na área plantada com transgênicos no mundo. Em 2012, a adoção da tecnologia no país avançou quase 21,0%, de 30,3 milhões para 36,6 milhões de hectares.


A expansão dos transgênicos no mundo ainda esbarra em resistências por parte de ambientalistas e autoridades de segurança alimentar, sobretudo na União Europeia, onde o uso da tecnologia continua virtualmente vetado. Mesmo na Índia, quarto maior produtor mundial de transgênicos, o uso da tecnologia ainda é restrito ao plantio de algodão.


Quase duas décadas depois que a Monsanto lançou suas primeiras sementes de soja resistentes ao herbicida glifosato, nos Estados Unidos, apenas 28 países plantam transgênicos (em 2011, eram 29) e apenas 9 cultivam mais de 2,0 milhões de hectares. Destes, três (Estados Unidos, Brasil e Argentina) respondem por 75,0% de toda a área "convertida" à transgenia.


Nesses mercados, o nível de adoção da tecnologia já se aproxima de um limite. Nos Estados Unidos, mais de 90,0% das lavouras de soja e milho já são geneticamente modificadas. No Brasil, estima-se que quase 90,0% das lavouras de soja e 75,0% das de milho contenham a tecnologia.


Além disso, ainda não há no mercado variedades geneticamente modificadas para culturas como arroz, trigo e cana-de-açúcar, que ocupam centenas de milhões de hectares em todo o mundo. O ISAAA espera que a primeira variedade transgênica de arroz seja lançada nas Filipinas em 2013/14.


Tudo indica que a próxima fase de crescimento acelerado na adoção de transgênicos dependerá do amadurecimento de tecnologias para a Ásia. Só na China, afirma a ISAAA, a adoção de milho transgênico pode abrir um mercado de 30,0 milhões de hectares para as multinacionais de sementes.


Fonte: Valor econômico. Por Gerson Freitas Jr. 21 de fevereiro de 2013.



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