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Scot Consultoria

Rebanho nos EUA é o menor desde 1952


Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013 - 08h34

O agravamento da seca na região das Grandes Planícies, nos Estados Unidos, tem levado os pecuaristas a reduzir seus rebanhos de forma significativa, uma vez que algumas das fazendas entram em seu segundo ou mesmo terceiro ano de estiagem.


O setor pecuário foi particularmente atingido por uma seca que, em certos aspectos, é a pior em mais de 50 anos no país. Dados do governo federal mostram que 69% do gado bovino nos EUA está localizado em áreas atualmente com condições de estiagem.


Informe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgado na sexta-feira (1/2) mostrou que o rebanho de gado bovino do país encolheu 2% nos últimos 12 meses, para menos de 90 milhões de cabeças, diante da falta de oferta de forragem e água nas fazendas. "Muitas vacas vêm sendo vendidas. Muitas pessoas vêm reduzindo seus rebanhos", disse Bill Donald, pecuarista em Montana e ex-presidente da Associação Nacional de Pecuária Bovina (NCBA).


O rebanho de gado do país é o menor desde 1952, embora as comparações não sejam muito conclusivas, porque os animais de hoje são mais pesados e produzem mais carne. Os preços aos consumidores subiram mais de 6% em 2012 e analistas do governo federal projetam aumento de 3% a 4% para este ano. Os preços deverão ficar mais contidos em 2013, porque os consumidores vêm comprando menos carne diante do aumento de preço.


Grande número de pecuaristas recebe pouca assistência do governo para enfrentar a seca. Os principais programas federais criados para este fim não recebem recursos há mais de um ano. Por outro lado, a renda dos fazendeiros que plantam commodities como milho e soja é, em grande parte, protegida por seguro subsidiado pelo governo federal.


A seca significa que haverá uma colheita menor de grãos e feno no Meio-Oeste e nas Grandes Planícies antes do inverno, sendo que os criadores de gado já pagam pela forragem preços muito altos. Muitos precisaram captar mais empréstimos para sustentar suas operações. Nesta semana, o Federal Reserve regional de Kansas divulgou que houve alto nível de captação durante o quarto trimestre.


A seca vem se alastrando do Leste para o Oeste, sendo que as condições em alguns estados, como Indiana, vêm melhorando. No total, 58% da parte continental dos EUA ainda enfrenta algum grau de aridez, segundo o governo federal.


Para o mundo da pecuária, os próximos meses serão cruciais. Em grande parte das pastagens há pouca umidade acumulada no solo, o que será problemático para o pasto se houver pouca chuva antes da chegada das temperaturas mais quentes, de acordo com Mark Svoboda, do Centro Nacional de Mitigação da Seca, da University of Nebraska.


Mark Harms, que cria bois para procriação na região central de Kansas, viu os custos da forragem subirem até 60% nos últimos anos, puxados pelas condições áridas. Ele tenta elevar a venda de seus bois nos estados em que a seca não é um problema. "Se ficarmos estáveis neste ano, vou considerar uma vitória. Conseguir isso não será fácil", disse.


Muitos pecuaristas preferem evitar programas de assistência do governo. Há poucos recursos disponíveis para muitos deles. Nas últimas semanas, senadores americanos de estados produtores de carne voltaram a pressionar por novos fundos, uma vez que a seca continua.


Fonte: Valor Econômico. Por Mark Peters. 5 de fevereiro de 2013.



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