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Brasil e Argentina negociam cotas de lácteos


Segunda-feira, 28 de janeiro de 2013 - 15h32

Brasil e Argentina devem ter uma nova rodada de negociações para modificar as cotas de importação de lácteos nesta segunda-feira, 28, em Buenos Aires, quando representantes da indústria e do governo irão se reunir com seus pares argentinos. Nesta sexta-feira, 25, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, esteve em Buenos Aires e deu início ao diálogo.


Na tarde de quinta-feira, 24, o titular da pasta esteve no Uruguai, país com o qual o Brasil tenta estabelecer um limite de ingresso de lácteos desde 2009 sem sucesso. "Provavelmente os argentinos vão pedir aumento de cota, mas vamos tentar que isso aconteça. Esperamos uma negociação complicada, mas a expectativa é de que a visita do ministro tenha impacto positivo, especialmente em relação ao Uruguai", afirma o assessor técnico da CNA, Bruno Lucchi.


Atualmente, os argentinos podem embarcar 3,6 mil toneladas mensais de leite em pó e desnatado para o Brasil. O acordo foi feito em 2011 e venceu em outubro do ano passado, tendo sido prorrogado desde então. A média mensal em volume das importações da Argentina, contudo, ficou abaixo da cota e atingiu 3.183 toneladas, segundo dados da CNA. A proposta da Argentina é de que o limite suba para 5 mil toneladas.


Em 2012 o Uruguai liderou os embarques de leite em pó para o Brasil com 55,6% do mercado enquanto a Argentina ficou com 38,5%. Para se ter uma ideia de quanto essa participação cresceu ao longo dos anos, em 2007, a participação Argentina foi de 83,7% contra 16% do Uruguai e passou, em 2011, para 52,6% ante 41,9% do Uruguai. Esta inversão pode fazer com que o país vizinho consiga impor um aumento na cota atual tal como pretende.


Outro fator é a falta de um acordo semelhante com o Uruguai, argumento que ganha mais força com essa troca de posições entre os países. Em novembro de 2012, o Brasil importou 10,4 mil toneladas de leite em pó, sendo 10 mil toneladas de procedência uruguaia. No mês seguinte, o país foi responsável por 7,5 mil toneladas das 10,8 mil toneladas negociadas, cabendo à Argentina 3,8 mil toneladas, 200 mil além da cota estipulada para o país.


Fontes do mercado, tanto brasileiros quanto argentinos, afirmam que o governo brasileiro não está emitindo licenças para a entrada de leite em pó e de queijo argentinos nem de leite em pó uruguaio há duas semanas. Entretanto, o MAPA não confirma a informação.


A importação de lácteos é uma das principais preocupações entre os produtores brasileiros. Em dezembro de 2012, um documento com 25 mil assinaturas foi apresentado pelos parlamentares envolvidos na Subcomissão do Leite e um pedido de intervenção da entrada de lácteos do Mercosul protocolado na Casa Civil. Conforme Lucchi, a missão do ministro aos dois países seria resultado desta mobilização.


De janeiro a dezembro de 2012 o Brasil importou US$656,8 milhões ante US$609,12 milhões em 2011, o que deixa o país com saldo negativo na balança comercial de US$513,8 milhões, 5,3% a mais que no ano anterior. Em 2012, o Brasil comprou 40,1 mil toneladas de leite em pó da Argentina, recuo de 11,28% em relação ao desempenho de 2011, e 57,9 mil toneladas do Uruguai, 60% a mais do que no ano anterior. Em dólares, o desempenho de cada país foi de US$150 mil e US$207,6 mil, respectivamente.


"Tudo o que se fizer neste sentido está de bom tamanho, pois temos uma zona de livre comércio com os países do Mercosul", argumenta o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez.


Fonte: Portal DBO. Por Marcela Caetano. 24 de janeiro de 2013.



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