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Scot Consultoria

Perda climática bilionária no Reino Unido


Sexta-feira, 4 de janeiro de 2013 - 08h25

As condições climáticas extremas provocaram um "buraco negro" financeiro de 1,3 bilhão de libras na agricultura britânica em 2012, segundo cálculo da NFU, uma associação de agricultores do Reino Unido.


Chuvas implacáveis devastaram plantações no Reino Unido, enquanto nos EUA a seca acabou com plantações de milho e soja, inflacionando os preços das rações - o que levou pecuaristas a sacrificar suínos e frangos para evitar os preços proibitivos de seus alimentos. Os consumidores também pagaram o preço, uma vez que produtos que vão de maçãs ao pão ficaram mais caros.


"A NFU estima que o clima terrível de 2012 provocou um buraco negro financeiro nas fazendas britânicas que chega a surpreendentes 1,3 bilhão de libras. E, no momento em que entramos em 2013, muitos agricultores estão com suas áreas alagadas ou enfrentando o golpe duplo das contas enormes da alimentação de seus rebanhos", afirmou Peter Kendall, presidente da entidade.


"Cientistas que estudam mudanças climáticas há muito preveem que a agricultura enfrentará grandes desafios como aquecimento global. No entanto, 2012 demonstrou de forma incisiva que o custo dos acontecimentos climáticos extremos pode destruir agricultores, pecuaristas e a cadeia alimentar".


Ao mesmo tempo em que afirma que as mudanças climáticas estão provocando danos muito maiores que os esperados, a NFU conclama os políticos europeus a não cortar os subsídios aos agricultores. Discussões estão em andamento sobre a Política Agrícola Comum (PAC), mas muitos acreditam que a limitada situação financeira europeia resultará em um apoio reduzido do governo.


"Em anos como 2012 é fácil ver que o apoio que a agricultura recebe da PAC é uma corda de salvação para muitos agricultores. Se houver redução, ela deverá ocorrer de maneira igual em todo o mercado único da Europa. Um produtor de leite do Reino Unido, com uma fazenda típica de 100 hectares já está recebendo €20 mil a menos por ano do que um concorrente dinamarquês ou holandês. Isso precisa parar".


"Recentemente, ouvimos representantes do governo se referirem a esses pagamentos como inúteis, argumentando que eles deveriam ir apenas para objetivos ambientais. Com a possível exceção da Suécia, o governo do Reino Unido é o único entre os 27 Estados membros da União Europeia que defende isso. Acredito piamente que o único resultado provável dessa estratégia será uma discriminação maior contra os agricultores ingleses. E mais: essa postura de motivação ideológica está ultrapassada diante da volatilidade crescente dos preços globais e dos desafios apresentados pelo clima global."


Fonte: Valor Econômico. Por Louise Lucas. 4 de janeiro de 2013.



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