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Scot Consultoria

Na Bahia, novo porto deverá baratear exportação em 80%


Quarta-feira, 19 de dezembro de 2012 - 08h37

A expectativa do mercado é de que o valor das exportações terá redução de até 80% em 10 anos. Na Bahia, por exemplo, com a construção do Porto Sul, o preço da exportação por tonelada deverá cair de US$50 para US$9, com a criação de 20 mil empregos. Além disso, ao fim desta década, a previsão é de que sejam exportadas 50 mil toneladas por ano, segundo o sócio da ZPE Bahia-Ilhéus, Isaías Mascarenhas. "Hoje nós temos em Ilhéus o Porto Malhado, que não permite a chegada de navios de grande porte por ter profundidade de apenas 9,5 metros. Com a abertura do Porto Sul, teremos condições de receber embarcações maiores, com profundidade que será de 19 metros", explica Mascarenhas.


A ZPE Bahia-Ilhéus está instalada a apenas 20 quilômetros de onde será implantado o Porto Sul, que está incluído no Programa de Investimentos em Logística na área de portos. Ao todo, o investimento na Bahia será de R$4 bilhões, para portos de todo o estado. Somente em Ilhéus, além de financiar o Porto Sul, a aplicação deverá viabilizar a ampliação do porto Malhado, inclusive para solucionar o problema apontado por exportadores, aprofundando o porto e dando condições para que navios maiores também possam ser carregados lá.


Desenvolvimento


Para o presidente da Associação Brasileira das Zonas de Processamento de Exportação (Abrazpe), Helson Braga, a instalação do Porto Sul é a certeza do desenvolvimento para a região. "A ZPE de Ilhéus já tem condições de operar com as condições logísticas existentes, a partir do porto do Malhado (que será ampliado) e, eventualmente, os portos de Aratu e Salvador. Nada, porém, que se compare com o potencial de desenvolvimento que virá associado à construção do Porto Sul, e que terá na ZPE de Ilhéus um poderoso fator de alavancagem. Importante ter presente que a concretização desse potencial não está condicionada à previa conclusão do porto. Basta a sinalização do início irreversível desse projeto para que as empresas interessadas também iniciem os procedimentos para a instalação de suas unidades", diz. Além disso, a associação também comemora a aprovação no Senado de um projeto de lei que aumenta o limite da venda da produção das ZPEs no mercado interno. Hoje, o limite para a comercialização no Brasil é de 20% da produção. Caso o projeto, que agora, segue para a Câmara Federal, seja aprovado, esse teto passará a ser 40%. "A mudança da legislação, flexibilizando esse limite, estimulará, e com certeza permitirá, a atração de indústrias que buscarão as ZPEs como alternativa viável e competitiva para implantação de seus empreendimentos", opina o sócio da ZPE Bahia-Ilhéus.


Empresas


Com a melhora das condições de exportação, a ZPE Bahia-Ilhéus negocia agora com empresários que pretendem se instalar na região. Nenhum nome foi divulgado, devido a um pedido de sigilo dos próprios empresários, mas Isaías Mascarenhas já adianta que serão empreendimentos voltados à siderurgia e à produção de minério de ferro, soja, biodiesel e algodão. "A vantagem é que, instalando aqui uma produtora de algodão, por exemplo, é possível transformá-lo em um produto com valor agregado, deixando de exportá-lo como commodity", explica Mascarenhas. "Essa nova formação da ZPE fará com que aumentemos o valor agregado do minério também, transformando-o em placas, em vez de exportá-lo bruto. Isso também aumentará os lucros", complementa Helson Braga.


Fiol


Um dos fatores determinantes para a exportação de produtos com valor agregado é a existência da Ferrovia de integração Leste-Oeste (Fiol), que liga Ilhéus a Figueirópolis (TO).


"O papel da Fiol pode ser melhor avaliado dentro da perspectiva de uma estratégia de desenvolvimento centrada na industrialização voltada para o exterior. Em princípio, nada contra a exportação de commodities. Países altamente industrializados, tais como os Estados Unidos, também exportam commodities. Mas essa orientação não pode preponderar numa estratégia de desenvolvimento. É na agregação de valor à produção primária que aumenta a densidade tecnológica, as receitas em divisas estrangeiras e a criação de empregos de uma economia exportadora. As ZPEs são o instrumento concebido exatamente para operar como pontos de transformação industrial e de agregação de valor à produção exportável", argumenta Braga, que explica ainda que o que vai viabilizar a industrialização de produtos como algodão, soja e até minério de ferro é exatamente o transporte dessas mercadorias para o oeste baiano.


Fonte: DCI. Por: Luiza Silvestrini. 18 de dezembro de 2012.



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