Embora o momento seja de plantio da soja, os produtores de Mato Grosso já dirigem atenções também para a futura safra do milho - também chamada de "safrinha", plantada assim que a soja é colhida.
Levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) para o mês de novembro mostra a situação dos preços pagos para a obtenção dos insumos necessários ao plantio do grão. A variação no estado foi maior para custos com média tecnologia - sementes de qualidade não tão alta e com adubação em até 80% área - com avanço de 9% em novembro em relação a outubro. Para os insumos de alta tecnologia, isto é as melhores sementes disponíveis e com adubação completa dos terrenos, o aumento foi de apenas 0,6%.
O maior destaque dentro do tripé dos principais insumos (sementes, fertilizantes e defensivos) foi o custo para aquisição de sementes, que apresentou aumento de 35% para médias tecnologias durante o período. Por outro lado, a quantia a ser gasta com fertilizantes e com operações agrícolas apresentou queda média de 2,8% e 5,2%, respectivamente.
Cléber Noronha, analista do Imea, observa que, com o provável encurtamento da janela de plantio (em função do clima desfavorável no início da semeadura de soja, o que empurrou o período em que o milho poderá ser plantado) os produtores têm buscado diminuir seus custos trocando os pacotes tecnológicos, mesmo sabendo que isso pode levar a uma menor produtividade. "Ainda é cedo para saber quanto isso reduzirá a produtividade, mas com certeza a combinação de encurtamento de período para o plantio, com insumos de menor qualidade, não permitirá os ganhos recordes de 2011/12".
Fonte: Valor Econômico. Por Mariana Caetano e Fernanda Pressinott. 18 de dezembro de 2012.
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