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Preço global do açúcar está à espera da política energética no Brasil


Quinta-feira, 29 de novembro de 2012 - 08h36

Representantes de duas grandes trades ligadas ao setor de açúcar - a Bunge e a RCMA Asia - sinalizam que a política energética brasileira é, atualmente, a principal dúvida sobre o rumo dos preços da commodity nos próximos meses. Diante dos preços abaixo do mercado da gasolina brasileira e dos prejuízos da Petrobras, as trades entendem que há a possibilidade de aumento de preço da gasolina brasileira, o que pode aumentar a demanda pelo combustível renovável e, consequentemente, os preços do açúcar.


"Quem quiser saber o que vai acontecer com os preços do açúcar precisa ler os jornais brasileiros e ver o que o governo vai fazer com a política energética", informou o diretor de Açúcar e Bioenergia da Bunge, Ben Pearcy, em palestra no 21º Seminário da Organização Internacional do Açúcar (OIA) na capital inglesa. "Eu não durmo pensando nisso", brincou.


O diretor da multinacional explicou que o prejuízo da Petrobras e a forte perda das ações da companhia sinalizam que um aumento da gasolina pode estar por vir. "A expectativa é de aumento do preço da gasolina nos próximos meses, o que vai favorecer a demanda por etanol e influenciará preços", disse, ao ponderar, porém, que a equipe econômica brasileira segue preocupada com o aumento dos preços nos últimos meses, o que jogaria contra um aumento dos combustíveis atualmente. "Isso é uma decisão política do governo brasileiro".


Menos otimista com o tema, o chefe de operações da RCMA Commodities Asia, Jonathan Drake, lembrou que a economia brasileira tem apresentado resultados "pouco brilhantes" nos últimos trimestres. "Nesse ambiente, um aumento do preço dos combustíveis não costuma ser bom. Além disso, haverá eleições daqui a dois anos. É preciso levar em conta tudo isso", comentou Drake. Para ele, porém, o governo brasileiro deve tratar do tema em algum momento, "para resolver essa crise" na Petrobras.


Ben Pearcy observou, ainda, que o assunto terá influência em muitos outros temas. Hoje, explicou, os preços do açúcar são determinados pela política energética brasileira, o que está também relacionado com a gasolina nos Estados Unidos, o que se reflete na demanda por etanol e nos preços do milho naquele mercado.


Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 28 de novembro de 2012.



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