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Scot Consultoria

Bela Vista, de Goiás, aposta em unidades em MG e SC


Segunda-feira, 19 de novembro de 2012 - 17h30

O laticínio goiano Bela Vista, um dos cinco maiores do país e dono da marca Piracanjuba, espera fechar o ano com faturamento de R$1 bilhão, cerca de 27% a mais do que no ano passado. A estimativa foi feita pelo diretor comercial da empresa, César Helou, que projeta para os próximos cinco anos um crescimento anual de 20%. A adoção dessa meta é baseada em expansões e lançamentos de novos produtos, como leite sem lactose, que consumiram investimentos de R$200 milhões.


A mais importante ampliação da empresa foi a fábrica instalada no ano passado em Maravilha (SC), a única fora de Goiás, que processa 450 mil litros de leite diários e com previsão de chegar a 1,2 milhão em 2015. A unidade, que é voltada especificamente para a produção de longa vida, respondeu por 8% do faturamento total de R$802 milhões em 2011. "Consideramos estratégico ter um pé no Sul", afirma Cesar Helou.


A região faz divisa com o sudoeste do Paraná e noroeste do Rio Grande do Sul, importantes bacias leiteiras. Juntas, as produções dos três estados somam cerca de 7,4 bilhões de litros, mais do que os 5,6 bilhões de litros de Minas Gerais, líder no ranking nacional. Para Helou, o Sul se transforma aos poucos em um novo polo lácteo no país.


Dentro de dois anos, a empresa espera, ainda, inaugurar uma fábrica em Governador Valadares (MG), com investimentos da ordem de R$35 milhões. A capacidade de processamento de 300 mil litros de leite por dia será direcionada para a produção de três tipos de leite longa vida, bebida láctea e creme de leite.


A estratégia para Minas é a mesma já implantada no Sul. "Instalar-se em uma tradicional bacia leiteira e estar próxima a importantes mercados", diz Helou, ao reforçar que a nova fábrica será geograficamente fundamental para a comercialização no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. "Estados em que precisamos fortalecer nossas vendas", admite o diretor.


O executivo pondera que o laticínio, como tantos outros do país, sentiu uma baixa de 7% na captação de leite entre setembro e outubro, em decorrência da seca que se estendeu nas principais regiões produtoras. "Há uma diminuição natural nesse período, mas neste ano ela foi além da conta", diz. A estiagem prolongada prejudicou a formação de pastagens, e o pecuarista se viu obrigado a recorrer à ração à base de farelo de soja e milho para alimentar o rebanho.


No entanto, os custos de produção apertaram o bolso do produtor com a disparada dos preços dos grãos durante o ano. Segundo dados do Cepea/Esalq, eles foram em média 10% superiores (de janeiro a setembro) em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, a previsão é de que a produção nacional de leite, que atingiu 32 bilhões de litros em 2011, registre um aumento de 4% neste ano, segundo a Scot Consultoria.


César é filho do fundador do laticínio, Saladi Helou, que trocou a casa própria em São Paulo por uma pequena indústria que fabricava apenas manteiga nos anos 1970. Quase quarenta anos depois, a produção com leite longa vida (UHT), em pó, condensado, creme de leite e bebida láctea à base de quinoa e linhaça, entregue em todo o país, consome 2 milhões de litros diários. "Hoje em dia não há outro caminho a não ser diversificar", diz.


Fonte: Valor Econômico. Pela Redação. 13 de novembro de 2012.



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