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Plantio da soja é afetado pelo clima nos principais estados produtores


Quinta-feira, 8 de novembro de 2012 - 09h00

O clima está afetando o plantio da principal commodity agrícola brasileira. As irregularidades climáticas preocupam produtores de soja nos maiores polos produtivos do país, Mato Grosso e Paraná. Além da safra da oleaginosa, os agricultores também estão temerosos com possíveis atrasos no plantio da safrinha de milho.


Em Mato Grosso, de um modo geral, a soja precoce, por ser plantada primeiro, já apresenta perdas significativas com a falta de chuva. A constatação é do presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, que está percorrendo as lavouras do estado. Alguns fatores, como o tratamento de sementes e o plantio direto, observa Glauber, contribuem para que as lavouras tenham aspecto melhor e resistam mais à estiagem.


Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o plantio de soja atingiu 62,5% da área em Mato Grosso. De acordo com o instituto, na safra passada, neste mesmo período, a área semeada atingira 75,4%. No oeste do estado, onde apenas 50% da área de soja foi plantada, 10% estão sujeitos ao replantio caso não chova nos próximos dias. Muitos produtores pararam de plantar e outros continuavam se arriscando, plantando no pó. Sergio Stefanello, produtor tradicional de Campo Novo do Parecis, afirmou ao presidente da Aprosoja Brasil que terá que replantar cerca de 400 hectares de soja, e que parte da sua segunda safra de milho já está comprometida. A preocupação dele é que a janela para o plantio de girassol, cultura da qual é um dos pioneiros, fique muito estreita, obrigando à diminuição de área.


Segundo Glauber Silveira, em Diamantino, região mais tradicional na produção de soja, a situação das lavouras é crítica. Não chove há um mês na maioria das propriedades. Com isso, a segunda safra de milho já está em parte comprometida e os produtores vivem um dilema, pois compraram o pacote para o plantio do milho e não sabem se será viável plantar.


Para Silveira, porém, se as chuvas não tardarem muito, é improvável que os produtores deixem de plantar a safrinha, uma vez que estão com os insumos já garantidos. Segundo ele, a experiência dos últimos anos mostra isso, ainda mais se os preços do milho se mantiverem atrativos.


Faltando uma semana para o fim do prazo recomendado para semear a safra da soja no Paraná - 15 de novembro -, cerca de 80% da área prevista foi plantada pelos cooperados da Cocamar. Nesta época do ano, segundo estimativas da cooperativa, praticamente 100% das lavouras de soja nas regiões estariam cultivadas. No entanto, assim como em Mato Grosso, os produtores paranaenses também sofrem com a irregularidade do clima, o que tem protelado os trabalhos.


Apesar de níveis razoáveis de chuvas nas imediações de Umuarama e no norte do estado, a região de Maringá está entre as que receberam menos precipitações até agora. Além disso, a região tem registrado temperaturas elevadas, que atingiram 35°C na semana passada.


De acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado, mais de 46% dos 4,6 milhões de hectares já foram semeados. O estado espera produzir no atual ciclo mais de 15 milhões de toneladas, 40% a mais do que o contabilizado na temporada anterior. A acentuada quebra de safra ocorrida no ano passado devido à estiagem e o aumento da área plantada neste ano são os principais motivos da alta da produção.


Bahia


No oeste da Bahia, o plantio começou na última semana de outubro, quando no geral é iniciado na segunda quinzena do mês. Segundo o assessor de agronegócios da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Ernani Sabai, o atraso da semeadura que está entre sete a dez dias - motivado pela irregularidade das chuvas - ainda não é comprometedor. Na safra passada, a esta altura, a região já tinha plantado cerca de 17% da área, e hoje está numa média de 10%. "Houve alguns casos de replantio, mas em áreas pouco significativas", afirma. 


Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 7 de novembro de 2012.



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