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Guaranis Kaiowás pedem ajuda do Ministério Público na demarcação de terras em Mato Grosso do Sul


Quarta-feira, 31 de outubro de 2012 - 08h40

Um grupo de índios da etnia Guarani Kaiowá, de Mato Grosso do Sul, esteve reunido nessa segunda, dia 29, em Brasília com representantes da Procuradoria-Geral da República. Eles pedem a ajuda do Ministério Público para reverter uma decisão da Justiça, que determinou a retirada de 170 indígenas de uma fazenda no município de Iguatemi, a 466 quilômetros de Campo Grande. Os índios alegam ter direito a estar no local. A área está ocupada há 11 meses.


Durante a reunião que durou mais de duas horas, os indígenas entregaram um documento relatando a intranquilidade na região. A Justiça Federal determinou que a reintegração de posse concedida ao fazendeiro aconteça até novembro. O Ministério Público recorreu ao Tribunal Regional Federal da Terceira Região pedindo a permanência dos indígenas até que a FUNAI conclua estudos antropológicos das terras.


"Há um grupo de trabalho da FUNAI tentando estabelecer os limites desse território. Nós vamos cobrar agilidade. Já há ações judiciais a respeito disso, há termo de ajustamento de conduta", disse a vice-procuradora-geral da República, Déborah Duprat.


O representante dos indígenas mostrou a dificuldade de acesso à região. Para chegar à área ocupada é necessário atravessar um rio de 50 metros de largura e dois de profundidade. Eles ocupam dois hectares da propriedade que possui um total de 762 hectares e só foram para lá porque tiveram o acampamento que viviam à beira da estrada destruído por pistoleiros. A situação se agravou na última semana.


"O estado hoje que não respeita o nosso direito. O estado não considera que nós somos cidadãos, não somos ser humano. O que aconteceu agora recentemente, de sexta para cá, é um suicídio. Na quinta, teve o estupro na aldeia", contou o líder indígena Otoniel Nhanderu.


"Preocupa especialmente em face do histórico de suicídios dessa comunidade. Nos últimos 10 anos, 555 indígenas se suicidaram. Então é possível que, em um cenário de estresse, elas eventualmente sejam estimuladas ou levadas a cometer suicídio. Essa é uma possibilidade", afirma o procurador da República em Mato Grosso do Sul, Marco Antônio Delfino.


Nesta terça, dia 30, os índios se reúnem com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, para pedir proteção policial. Eles também prometem recorrer a cortes internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA).


Fonte: Ruralbr. Pela Redação. 30 de outubro de 2012.



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