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Scot Consultoria

Pecuarista de Tocantins reclama de acesso ao crédito


Terça-feira, 28 de agosto de 2012 - 15h19

"Essas linhas atuais de crédito são um "câncer"". É assim que o pecuarista Rodrigo Rochael Guerra definiu o círculo vicioso no qual o produtor precisa entrar para conseguir investir na atividade. Segundo ele, anteriormente, as linhas de crédito disponíveis tinham um prazo de pagamento de até 12 anos. Hoje, os financiamentos têm dois anos de vencimento.


"Somente vender gado não dá o giro suficiente para cobrir nossos investimentos, então temos de pegar empréstimos. Só que não existe imediatismo na pecuária. Na maioria das vezes, ainda sem o retorno dos investimentos, temos de pegar outro empréstimo para pagar o anterior", explicou o pecuarista, que se financia, em sua maioria, com linhas de crédito do Banco do Brasil.


Sobre o Programa ABC, que dá incentivos e recursos para os produtores rurais adotarem técnicas agrícolas sustentáveis, Guerra disse que, dependendo da linha, os prazos são mais longos, mas os recursos são só liberados por meio da apresentação de um projeto. "O juro de 5% ao ano não é bom não. Temos de ter os juros da agricultura familiar, de 1%, 2%. O governo precisa criar mais formas para termos mais acesso ao crédito", ressaltou.


Mas apesar da dificuldade de conseguir aportes, Guerra se diz um produtor "poeta". "Nossa gestão é totalmente familiar. A fazenda era do meu a avô e foi passando para as gerações seguintes. Sei que hoje os pecuaristas que se dão bem são produtores que tem histórico em empresas, mas queremos continuar a tocar o negócio da família da melhor maneira possível", disse.


O Rancho Rochael é composto por três fazendas em Tocantins, as quais são gerenciadas por Guerra e seu irmão. A área total dos estabelecimentos é de 3,5 mil hectares, dos quais 3 mil só de pastagem, que faz o ciclo completo (cria, recria e engorda). Ele têm rebanho de cerca de 4,6 mil bois geneticamente melhorados. "Há três anos, meu rebanho estava crescendo. Há dois, mantive o número e, desde o ano passado, vem diminuindo pela falta de crédito e má remuneração", disse.


Guerra também explicou que a maioria de suas vendas, por conta da instabilidade do mercado, é feita à vista. Hoje, o pecuarista vende seus animais para médio frigoríficos, como o Boi Forte, e também para o Minerva Foods (unidade de Araguaína).


Fonte: Sou Agro. Pela Redação. 27 de setembro de 2012.



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