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Redução de emissões de carbono na Amazônia é medida por novo serviço do INPE. Queda foi expressiva


Segunda-feira, 27 de agosto de 2012 - 08h51

A notícia recente da redução de 57% nas emissões por dióxido de carbono (CO²) na Amazônia Legal, entre 2004 e 2011, tendo como causa a queda significativa no desflorestamento da região, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), traz outra boa constatação - o avanço tecnológico no monitoramento por satélites e as estimativas de emissões de CO² decorrentes do processo de corte da floresta tropical primária no bioma Amazônia.


Além disso, é possível reafirmar a evidência de que o plantio de soja, mesmo antes da Moratória da Soja, iniciada em julho de 2006, não era vetor relevante de desmatamento naquele bioma. A Moratória, que completou cinco anos na última safra 2011/2012, tem como principal objetivo a utilização responsável e sustentável dos recursos naturais.


O anúncio da redução de emissões de carbono foi possível graças à utilização de um novo serviço do INPE, o Emission Model (EM). Na versão inicial do sistema, foram divulgadas estimativas anuais de emissões por mudanças de cobertura da terra para toda a Amazônia brasileira e por estados da federação, na região, até 2011.


"A redução na área desflorestada na Amazônia, no período de vigência da Moratória, é altamente significativa, sendo que a média dos cinco anos antes e depois daquele pacto foi de 18.504 km2 e 7.139 km2, respectivamente, representando uma queda no desflorestamento de 61%. Essa redução pode ser atribuída à Moratória da Soja?", indaga o pesquisador da Divisão de Sensoriamento Remoto do INPE, Dr. Bernardo Rudorff. 


Para responder essa pergunta, Dr. Rudorff, membro do Grupo de Trabalho da Soja, que coordena os trabalhos da Moratória, diz que é preciso saber qual a contribuição da commodity no desflorestamento antes e depois do pacto firmado em 2006.


Um estudo realizado recentemente pela EMBRAPA e pelo INPE mostrou que 5% das áreas desflorestadas, entre 1988 e 2007, estavam ocupadas com culturas anuais em 2008, explica Rudorff. De acordo com o pesquisador do INPE, "mesmo que toda área de culturas anuais estivesse ocupada com soja, tal área não seria superior a 5% dos desflorestamentos após 1988".


Durante o período de vigência da Moratória, os desflorestamentos realizados após julho de 2006 foram monitorados com imagens de satélites, e as áreas identificadas com culturas anuais foram sobrevoadas para detectar os plantios de soja. "Esse monitoramento indicou que, no período da Moratória, a soja foi responsável por 0,4% do desflorestamento na Amazônia. A redução do desflorestamento na Amazônia, por conta de novos plantios de soja, certamente pode ser atribuída à eficácia da Moratória da Soja, mas cabe ressaltar que, mesmo antes desta, 95% da área desflorestada não foi destinada ao plantio de culturas agrícolas", afirma Bernardo Rudorff.


Portanto, segundo ele, "outras medidas de contenção do desflorestamento, como o PPCDAM (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia), implementado pelo governo federal em 2003, têm a maior contribuição nas atuais quedas das taxas de desflorestamento e na consequente redução das emissões de CO2".


Fonte: Abiove. Pela Redação. 23 de agosto de 2012.



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