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Preço do suíno apresenta alta


Sexta-feira, 10 de agosto de 2012 - 08h37

Os preços pagos pelo quilo do suíno vivo aos produtores começaram a reagir em decorrência das intervenções do governo federal e a diminuição na oferta de animais. Em questão de uma semana o valor médio aumentou 13%, contudo ainda é baixo em relação ao que é desembolsado para produzir o mesmo quilo. O salto médio foi de R$1,88 na semana do dia 26 de julho para R$2,13 na do dia 2 de agosto. O custo médio de produção está na casa dos R$2,40. Se produtor seguir gastando mais que recebe, Mato Grosso pode ao fim de 2012 de um rebanho de 130 mil, além de reduzir o número de cabeças de suínos, visto que cada fêmea produz em média 25 leitões ao ano.


Para o setor sair da crise, instalada há mais de um ano e meio no estado, o valor pago pelos frigoríficos deveria ser ao menos de R$2,50 o quilo do animal vivo, conforme produtores. Na primeira semana de agosto de 2011 o suinocultor recebia em média R$2,43 e gastava R$0,39 a mais com a produção. As informações são do Instituto Mato-grossense de Econômica Agropecuária (Imea) e da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).


Levantamento do Imea mostra que era pago ao produtor na semana passada pelo quilo do suíno vivo R$2,00 em Lucas do Rio Verde, R$2,10 em Nova Mutum e R$2,30 em Primavera do Leste. Rondonópolis e Várzea Grande R$2,20 respectivamente. Em Sinop, o produtor recebia R$1,95. O animal é abatido hoje assim que atinge a média de 100 quilos. Anteriormente, chegava-se a 120 quilos.


Reação


O diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, salienta que as cotações podem ter começado a reagir por vários fatores, como a pouca oferta de animais, as exportações que estão aos poucos fluindo e provavelmente a vinda da missão russa na última semana. "Além, é claro, das medidas do governo federal. Porém, ainda está se pagando a mais o custo de produção do que se recebe. O valor mínimo que o produtor deveria receber é R$2,50". Rodrigues destaca ainda que se os preços continuarem a subir e ultrapassar o gasto do produtor e os incentivos do governo federal persistirem, o setor ganha novo ânimo e a produção retoma.


Descarte matriz


Segundo o analista de mercado da pecuária suína do Imea, João Buschin, em maio o produtor mesmo com essa nova injeção de preços segue trabalhando no negativo "pagando para trabalhar", como diz. "Por mais que tenhamos saído de R$1,88 para R$2,13, ainda é insuficiente. Se o produtor seguir pagando a mais do que recebe o descarte de fêmeas pode ser de 30 mil matrizes até o final de 2012. Isso faria com que o rebanho diminuísse ainda mais, pois uma matriz produz em média 25 leitões por ano".


O analista diz ainda que mais desempregos no setor podem ocorrer. Ele comenta que para cada 15 matrizes há um funcionário. O diretor executivo da Acrismat comenta que em grandes granjas há notícias que entre 400 e 800 matrizes já chegaram a ser descartadas. "Até maio tínhamos 130 matrizes e de lá para cá, com a intensificação da crise, cerca de cinco mil podem ter sido descartadas", comenta. O estado, conforme Rodrigues, conta com rebanho de 1,5 milhão de cabeças de suínos e 650 produtores. "Alguns destes inclusive já deixaram a atividade, contudo não sabemos quantos".


A situação é delicada em todo o estado, segundo Rodrigues, porém mais crítica em cidades como Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Sinop, Tapurah, Campo Verde e Diamantino. Tanto Rodrigues quanto Buschin comentam que a retomada das exportações para a Rússia pode ajudar os preços a se elevarem ainda mais. "Só para este país 93% da carne suína exportada vai para ele. Mesmo com a abertura de novos mercados não foi suficiente para alta de preço pago ao produtor", diz o analista do Imea.


Fonte: Folha do Estado. Por Viviane Petroli. 9 de agosto de 2012.



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