Oferta menor de grãos, principalmente soja e milho, eleva receitas de produtores

Os produtores dos EUA receberam 9% mais pelos produtos agrícolas comercializados em julho em relação a junho. Na comparação com julho de 2011, a alta é de 10%.

Esse aumento não é privilégio apenas dos agricultores dos EUA. O Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) apontou que o VBP (Valor Básico da Produção) agrícola de Mato Grosso deverá subir 24% neste ano, atingindo R$26 bilhões.

Os destaques são soja e milho. A oleaginosa poderá somar R$15 bilhões no estado, 24% mais do que em 2011. Já o milho subirá 101%, ao somar R$4,5 bilhões.

É um ano para não ser esquecido pelos produtores de grãos. Fernando Muraro, da AgRural, diz que a renda líquida para a safra 2011/12, a que foi colhida neste ano, poderá chegar a R$800 por hectare para a soja e a R$400 para o milho em Sorriso (MT).

A boa notícia é que a safra do próximo ano poderá ser ainda maior. Na avaliação de Muraro, o patamar de preços apontado para a safra 2012/13 indica receitas líquidas, por hectare, de R$1.000 para a soja e de R$500 para o milho.

Daniel Latorraca, gestor do Imea, diz que os recordes de preços garantiram a boa evolução do valor de produção na safra deste ano.

Para a próxima safra, no entanto, o cenário começa a mudar, segundo ele.

Os custos de produção estão mais salgados e já superam R$2.000 por hectare para a soja. A relação de troca para a compra de fertilizantes, sementes e defensivos, que era de 19 sacas no ano passado, já está em 22 sacas neste, diz ele.

Se a lavoura vai bem, o mesmo não ocorre com a pecuária, que tem desempenho bem mais tímido, tanto nos EUA como no Brasil.

Fonte: Folha de São Paulo. Mauro Zafalon. 8 de agosto de 2012.