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Scot Consultoria

FEED 2012 debaterá a adaptação do produtor às práticas da agricultura de baixo carbono


Quarta-feira, 25 de julho de 2012 - 09h03

"Como fomentar ações de adaptação: do Plano ABC ao futuro da agricultura brasileira" é um dos temas do Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima - FEED 2012, que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e instituições parceiras promovem no dia 17 de setembro, em São Paulo. Segundo o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Eduardo Delgado Assad, um dos palestrantes deste painel, o Plano ABC (Plano de Agricultura de Baixo Carbono) sofre duas ameaças. Uma delas é a falta de informação do agricultor sobre o assunto, que poderá reduzir a adesão às novas práticas. A outra ameaça são as barreiras tarifárias externas impostas aos produtos brasileiros.


Segundo o pesquisador, o etanol brasileiro é um exemplo de produto que vive apanhando. "O receio é que mais barreiras sejam criadas aos produtos brasileiros, gerando obstáculos para que cheguem ao exterior", afirma. A carne, a soja e o milho são alguns dos alimentos que já sofreram com essas barreiras. "É uma discussão inócua, que afirma que os nossos produtos em bionergia substituem a produção de alimentos. O que não é verdade. A cultura ABC foi criada exatamente para desmitificar isso", revelou Assad.
 
"Com o Plano ABC, o governo federal inicia, no Brasil, um novo ciclo de desenvolvimento agropecuário. Para o setor, o desafio é evoluir das práticas convencionais para uma agricultura de baixa emissão de carbono, sem deixar de proporcionar renda aos agricultores e alimentos de qualidade e baratos para a população", diz a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu. O Plano ABC se baseia em métodos de produção e tecnologias de elevado grau de sustentabilidade por meio de técnicas, estratégias, processos, métodos e sistemas que permitam conciliar a produção de alimentos, madeira e bionergia com redução da emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) -, um compromisso voluntário brasileiro.


O planejamento da produção de baixo carbono é feito de acordo com zoneamentos econômicos e ecológicos, o que possibilita a obtenção de produtividade das culturas e criações e ainda, o desenvolvimento de atividades em locais com melhores condições de produção devido a aspectos como clima, solo, economia local (regional) e sustentabilidade da produção. Em sua palestra sobre o tema "Da mitigação para a adaptação: desafios para reduzir impactos das mudanças do clima na agricultura brasileira", Eduardo Assad falará sobre a recuperação de pastagens, como ação prioritária; o crescimento da integração lavoura pecuária como avanço na tecnologia de produção tropical, as questões referentes a qualidade do plantio direto e a necessidade de se desenvolver inoculantes para novas culturas.


"Uma discussão mais aprofundada deverá ser feita sobre os sistemas florestais e o estado da arte quanto ao sequestro de carbono, e finalmente de que maneira, estas tecnologias podem ser consideradas como serviços ambientais", afirma o pesquisador. Segundo Eduardo Assad, todo o esforço em transferência de tecnologia tem que ser utilizado. "É preciso divulgação de informações importantes, para que o conhecimento sobre o Plano seja disseminado", afirma Eduardo Assad. Para ele, as equipes devem apresentar grande capilaridade, e ultrapassar do nível federal ao estadual e, finalmente  ao municipal. "Ao mesmo tempo, um grande esforço de treinamento para o setor financeiro deverá ser feito para que haja um entendimento mais preciso do que é a agricultura ABC  e como deve ser financiada".


Para Assad, as tecnologias utilizadas na agricultura não dependem de área nem do tipo de agricultura e sim de boas práticas agrícolas. "Um dos pontos que iremos discutir é a necessidade de monitorar o plano e as medições adicionais às costumeiras, que serão necessárias  para   começar a incluir a agricultura no futuro mercado de carbono. Isso quer dizer, medir, relatar e validar o plano ao longo da sua execução", afirma o pesquisador.  Durante sua palestra no FEED 2012, o pesquisador fará um histórico do plano ABC, como foi concebido, quais as ameaças e as principais oportunidades que oferece ao produtor. Apresentará, também, uma análise das normativas do Banco Central  para agricultura ABC no ano safra de 2011/2012.


Programação


O FEED 2012 terá dois painéis principais. O primeiro, "Os impactos da crise econômica nos acordos climáticos: como fomentar políticas que gerem benefícios efetivos", conduzido pelo economista britânico, Nicholas Stern, e compreenderá três painéis setoriais, com três palestras cada um.  O outro painel, que fechará os trabalhos, tem como tema "O crescimento verde: estratégia dos países emergentes", e será apresentado pelo especialista em direito internacional, Thomas C. Heller, professor da Escola de Leis da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA).


Poderão participar do evento, acadêmicos, formadores de opinião, formuladores de políticas públicas, lideranças setoriais, parlamentares, pesquisadores, produtores rurais e demais interessados no assunto. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas até o dia 1º de setembro pelo e-mail feed2012@cna.org.br.


Fonte: Canal do produtor. Pela Redação. 24 de julho de 2012.



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