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Seca nos EUA leva cotação da soja a bater recorde histórico em Chicago


Sexta-feira, 20 de julho de 2012 - 09h05

A pior seca dos últimos 25 anos nos Estados Unidos colaborou para que a soja ultrapassasse ontem, pela primeira vez na história, o patamar de US$17 por bushel na bolsa de Chicago.


Os contratos com entrega em setembro (que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez) registraram a máxima de US$17,0775 por bushel durante o pregão, e fecharam a US$16,9125 por bushel. No vencimento mais curto, para agosto, o maior valor do dia foi ainda mais expressivo: US$17,49 por bushel. Até então, o recorde era de US$16,49 por bushel, em 3 de julho de 2008.


As preocupações com o clima no Meio-Oeste americano cresceram depois que a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) divulgou ontem um relatório em que indica que a maior parte do cinturão terá chuvas abaixo da média e temperaturas altas também em agosto, e que o problema se estenderá ao norte e ao oeste, até então menos afetados.


A tensão aumenta porque, entre o final de julho e início de agosto, os plantios entram em enchimento de grãos, quando variações no clima são fatais à produtividade - o milho já passou por seu momento crítico, a polinização, e as perdas já são irreversíveis.


O recorde da soja, no entanto, vem sendo construído desde o fim de 2011, quando o La Niña trouxe seca à América do Sul e derrubou as safras de países como Argentina e Brasil. A forte demanda chinesa ajudou a sustentar as cotações, e a estiagem combinada ao calor nos EUA foram um componente a mais para que se fizesse história ontem. "A tendência ainda é altista, só resta saber qual preço irá coibir a demanda", disse Daniel D Ávila, analista da Newedge USA.


Embora não tenha quebrado recorde, o trigo também teve desempenho marcante em Chicago. Ontem, os contratos de segunda posição, para dezembro, encerraram a US$9,3450 por bushel, o maior valor desde junho de 2008. Pesam sobre o cereal o temor com a quebra da produção na Rússia e na Austrália, e os altos preços do milho. O milho, que vinha de seguidas elevações, fechou em queda, a US$7,7850 por bushel, em um movimento de realização de lucros.


A disparada da soja levou o Ministério da Agricultura a elevar seu cálculo para o valor bruto da produção (VBP) da oleaginosa no país em 2012. O ministério passou a considerar que a oleaginosa renderá R$57,4 bilhões este ano, quase R$10 bilhões a mais que o previsto em junho e montante 3,4% superior ao do ano passado. Se confirmado, o resultado representará um novo recorde histórico.


Fonte: Valor Econômico. Por Mariana Caetano. 20 de julho de 2012.



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