Preços do milho devem seguir em baixa

A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que a segunda safra brasileira do grão chegue a 32,9 milhões de toneladas, a maior já alcançada no Brasil e que deve resultar em estoques de 12,9 milhões de toneladas. No mercado internacional, o crescimento da produção norte-americana também contribui para o aumento dos estoques, mesmo com a piora das condições das lavouras causada pelo clima.

"A demanda de consumo não cresceu tanto quanto a produção de milho e, pela lei do mercado, a oferta alta resulta em preços reduzidos", esclarece consultor da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro. A safra total brasileira passou de 57,4 milhões de toneladas em 2011 para 67,8 milhões de toneladas este ano, um aumento de 18%. Por outro lado, a demanda nacional de consumo do grão teve incremento de apenas 3,9%, passando de 48,4 milhões de toneladas no ano passado para 50,29 milhões em 2011.

No Paraná, a média de preços do milho calculada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) em maio foi de R$20,56, valor 11,45% menor do que no mesmo mês de 2011, quanto atingiu R$23,22. A estimativa é de que a pressão se intensifique com o avanço da área colhida. Em contrapartida, pesquisa da Céleres Consultoria aponta que entre os dias 18 e 22 de junho, a saca de milho foi vendida a R$26,30 no Porto de Paranaguá, uma alta de 4,7% em comparação à semana passada.

Segundo pesquisa da Céleres, as cotações do milho na Bolsa de Chigago sofreram valorização de 7,2% a última semana, compensando a redução de 6,1% da semana anterior. No Brasil, a desvalorização média do grão foi de 0,3%. Na Bolsa de Mercados e Futuros (BM&F), o ganho foi de 1,6%. Os agricultores que negociaram antecipadamente o milho, no final do ano passado, saíram em vantagem ao aproveitar preços mais altos. Até o último dia 18, 18% do milho de segunda safra do Paraná já havia sido negociado. Já a primeira safra, possui índice de comercialização de 82%. No Mato Grosso, até o dia 15, 56% da safra já havia sido comercializada antecipadamente.

"A grande área plantada foi um dos principais fatores que puxou a queda nos preços e, no próximo ano, a situação deve ser inversa. Os produtores devem reduzir a área plantada devido aos valores menores deste ano, isso é um ciclo comum no agronegócio", justifica Ribeiro. Segundo Ribeiro, cerca de 20% da produção brasileira de milho deve ser exportada, um volume maior do que nos anos anteriores, para auxiliar no alívio da oferta interna.

Estoques

Levantamento da Céleres aponta que a produção mundial deve chegar a 949,9 milhões de toneladas na safra 2012/13, o que deve resultar em um estoque de 155,7 milhões de toneladas. Principal responsável pela safra mundial, os Estado Unidos esperam colher 375,7 milhões de toneladas na safra 2012/13, um aumento de 19,7% em relação à anterior. Com isso, estima-se que o estoque norte-americano chegue a 47,8 milhões de toneladas, volume 121% superior ao estoque de 2011/12.

Fonte: Mídia News. Pela Redação. 27 de junho de 2012.