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Scot Consultoria

Argentina pode ter grande safra de grãos em 2012/13


Quinta-feira, 31 de maio de 2012 - 09h53

Produtores argentinos podem ter uma grande safra de soja e milho na próxima temporada, com as previsões de clima mais úmido trazendo esperança às fazendas atingidas pela seca, disse uma representante do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos na Argentina nesta quarta-feira (30/5).


A estiagem causada pelo fenômeno La Niña prejudicou lavouras na região produtora dos Pampas entre dezembro e janeiro, reduzindo a produtividade e diminuindo oferta do terceiro maior exportador mundial de soja e segundo maior fornecedor de milho.


Além disso, alguns produtores tiveram que suspender a colheita depois de chuvas fortes e incomuns terem causado inundações no mês de maio.


As oscilações climáticas extremas levaram uma série de cortes na previsão de safra para o período 2011/12 em um país que pode ajudar a fazer frente à crescente demanda mundial por alimentos.


No entanto, a safra 2012/13 para soja e milho, que começa entre outubro e novembro, parece promissora, disse Melinda Sallyards conselheira agrícola da Embaixada dos Estados Unidos em Buenos Aires, durante o Reuters Latin America Investment Summit.


Meteorologistas afirmam que chuvas generalizadas devem ser registradas no fim deste ano devido ao fenômeno El Niño, a tempo de ajudar o plantio da safra 2012/13.


"Você poderia ter grandes safras de soja e milho em 2012/13, se as chuvas do El Niño caírem na hora certa, depois do plantio e, em seguida, durante o período de floração em dezembro e janeiro", disse Sallyards.


Causado por um aquecimento do Oceano Pacífico tropical, o El Niño tende a trazer chuvas para a América do Sul, enquanto o La Niña, causado por um arrefecimento dessas mesmas águas, tende a reduzir o volume de chuvas.


Uma precipitação constante reforçaria a produção agrícola e aumentaria a receita com impostos de exportação num momento em que a economia Argentina está desacelerando sob o peso dos problemas financeiros na Europa e redução da demanda do Brasil, que é o principal parceiro comercial argentino.


Assim, não só as empresas exportadoras que operam na Argentina, tais como Cargill , Bunge e Noble Group , estão interessadas na previsão de safra, mas também os mercados financeiros internacionais.


"Normalmente, o El Niño significa mais produção e maiores rendimentos para a Argentina", disse Sallyards. "Agora, vemos a área de milho com queda na safra 2012/13, em 3,5 milhões de hectares, mas esperamos que a produção suba para 23,6 milhões de toneladas."


O governo argentino espera uma safra de milho de 20,1 milhões de toneladas e de 41,5 milhões de toneladas de soja na atual temporada 2011/12.


"Nós estamos prevendo um número estável de hectares plantados com soja em 2012/13, mas com produção muito maior", disse Sallyards.


Ela citou a projeção de seu escritório de 52 milhões de toneladas de soja para a safra 2012/13, a partir de uma projeção de 19 milhões de hectares plantados com a oleaginosa.


Previsões do escritório local do USDA são levados em conta nas estimativas publicadas pelo escritório central da agência em Washington, que atualmente espera uma produção de 55 milhões de toneladas de soja na safra 2012/13 e 25 milhões de toneladas de milho.


A Argentina é o maior exportador mundial de óleo de soja e também o maior fornecedor de farelo de soja, usado como alimentação do gado, em particular na China, onde a classe média emergente está clamando por carne bovina.


As estimativas de colheita refletem a maioria dos efeitos da seca de dezembro e janeiro seca, mas não a inundação que tem afetado a província de Buenos Aires, importante província produtora, disse Sallyards.


"Nós ainda não contabilizado os danos causados ​​pelas inundações, mas quando nós fizermos isso durante o próximo mês, esperamos que os danos sejam pequenos comparados com os efeitos da seca", disse ela.


Cerca de 500 mil hectares na província de Buenos Aires foram inundados pela água nas últimas semanas. Mas, considerando que o Pampa argentino inteiro, incluindo as áreas de pastagem, é composto por 60 milhões de hectares - mais do que o tamanho da França - o impacto da enchente no total de exportações devem ser pequeno.


Trigo


O escritório argentino do USDA estima plantio de trigo de 4 milhões de hectares na próxima safra, uma previsão em linha com a do governo argentino. Mas Sallyards disse que a estimativa poderá enfrentar pressão para baixo.


"Esta é a nossa estimativa inicial baseada nas intenções de plantio dos produtores de trigo", disse ela. A Bolsa de Grãos de Buenos Aires também espera 4 milhões de hectares de trigo neste ano. O plantio já começou.


Produtores de trigo, que semearam 4,6 milhões de hectares na safra 2011/12, vêm se deslocando para outras culturas em uma tentativa de contornar as restrições de exportações do governo argentino, que reduzem os lucros das lavouras de trigo.


Reformas nas regras de exportação da Argentina não têm aumentado o interesse no cultivo de trigo, enquanto crescem as preocupações de que o vacilante investimento no setor está tornando o sexto maior exportador de trigo do mundo menos competitivo. A Argélia rejeitou uma oferta de trigo argentino no mês passado, citando preocupações com a qualidade.


"O que temos visto nos últimos dois anos é uma mudança da produção de trigo para a produção de cevada", disse Sallyards. "Fatores que incluem clima, preços, custos de produção e quaisquer alterações nas políticas governamentais poderiam impactar a área plantada."


Fonte: Reuters. Por Hugh Bronstein. 30 de maio de 2012.



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