Em estado de greve, sindicato promete endurecer ações nas usinas

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Araraquara (SP) pretende endurecer as ações nas portas das usinas de cana-de-açúcar da região devido ao estado de greve anunciado na terça-feira (22) pelos trabalhadores em todo o estado.

A decisão foi tomada logo após a reunião entre os sindicatos filiados, a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo (FETIASP) e os usineiros. Na terceira rodada de negociações, a indústria não ofereceu aumento real. O reajuste proposto teria sido de 4,50%, enquanto a inflação alcançou 4,88%.

"O valor está muito abaixo, o nosso pedido gira em torno de 10%, portanto, não aceitaremos. É uma negociação estadual e envolve 45 mil trabalhadores, sendo 2,6 mil só aqui na nossa região", diz Antonio Gonçalves Filho, presidente do sindicato de Araraquara.

Manifestações - O presidente da FETIASP, Melquíades de Araújo, recomendou aos sindicatos que façam manifestações e assembleias nas portas das usinas. Em 29 de maio, às 14h, a categoria deve realizar nova assembleia na FETIASP para decidir se iniciará uma paralisação.

Em Araraquara, o sindicato realizará ações nas usinas Tamoio e Zanin. A associação também irá visitar a Usina da Serra (Ibaté), a Santa Cruz (Américo Brasiliense) e a Santa Fé (Nova Europa).

"Vamos dar um prazo de 72 horas para as empresas. Nós queremos acreditar que, estando os trabalhadores em estado de greve, o sindicato patronal dos usineiros ainda pode nos chamar para negociar e de repente resolver a questão", afirma Gonçalves Filho.

Questionada sobre os possíveis impactos que o estado de greve pode causar no setor, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) informou que não se manifesta sobre negociações coletivas enquanto elas estiverem em andamento.

Fonte: G1 Araraquara e Região. Por Fabio Rodrigues. 23 de maio de 2012.