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Scot Consultoria

Com preço de grãos em alta, inflação no atacado se acelera em janeiro


Quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012 - 09h12

A estiagem no sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai, causada pelo fenômeno climático La Niña, provocou um forte aumento nos preços de grãos e a aceleração da inflação no atacado em janeiro. Para fevereiro, a expectativa, segundo a avaliação de economistas, é de desaceleração dos preços, à medida que for normalizada a oferta de alimentos. O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que havia apontado queda de 0,16% nos preços em dezembro, subiu 0,3% no mês passado, impulsionado pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do índice geral. Com deflação menor nos produtos industriais, de 0,36%, e escalada nos agropecuários, que saíram de retração de 0,47% para alta de 1,07%, o indicador do atacado avançou 0,01% em janeiro, após recuar 0,55% em dezembro. As três principais pressões na inflação agropecuária vieram do feijão, que subiu 17%, do milho, com alta de 8,8%, e da soja, que avançou 3,7%. Para o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, as quebras de safra de grãos provocadas pela seca não caracterizam o início de um ciclo inflacionário. "As causas da aceleração do IGP-DI são fatores temporários e localizados, que vão se desfazer entre fevereiro e março." Outro movimento que ajuda a reduzir a inflação e tem espaço para continuar é a queda no preço da carne, observa Daniel Lima, da Rosenberg & Associados. Em janeiro, o preço das aves abatidas e frigorificadas registrou queda de 7%, enquanto a carne bovina recuou 4,7%. Segundo o economista, essa variação negativa é sazonal e resulta do período que segue as festas de fim de ano, que pressionam a oferta e os preços das carnes. "O IPA agrícola tem consideráveis chances de ficar abaixo de 1% em fevereiro", projeta Lima. Thiago Curado, da Tendências, aposta em perda de fôlego da inflação de alimentos, tanto no atacado como no varejo ao longo do mês. Segundo ele, levantamentos feitos pela consultoria têm mostrado desaceleração "bastante forte" no setor, o que enfraqueceu as expectativas para variação de alimentos ao consumidor em fevereiro. Na primeira semana do mês, o grupo alimentação subiu 0,24%, após elevação de 0,47% no fechamento de janeiro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), também da FGV. Os preços no varejo também sofrerão influência de baixa do grupo educação, que não pressionará mais neste mês, depois de ter subido 4,9% em janeiro no IPC, que compõe o IGP-DI. "Como as instituições de ensino reajustam suas mensalidades uma vez no ano, a pressão de preços do grupo cursos formais deve ficar em janeiro. Pode haver alguma alta em fevereiro, mas, se houver, será insignificante", disse Quadros. Os produtos industriais devem mostrar trajetória inversa ao do IPA agrícola e do IPC e se acelerar gradualmente no decorrer do mês, movimento que já está ocorrendo. Em dezembro, a deflação nesse segmento havia sido mais intensa, de 0,58%. A alta vem na esteira do minério de ferro, commodity com maior peso no IPA industrial, e que viu os preços caírem após a Vale ter alterado seu modelo de reajuste trimestral. Em janeiro, a deflação no minério foi de 4,7%. Fonte: Valor Econômico. Por Arícia Martins e Diogo Martins. 9 de fevereiro de 2012.
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