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Scot Consultoria

Suco: indústria perderia até US$178 milhões com rejeição de cargas


Segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012 - 09h38

As companhias brasileiras e norte-americanas de suco de laranja podem perder até US$178 milhões por ano com a rejeição de cargas da bebida por limites de carbendazim acima do permitido pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, por sua sigla em inglês). Os números, compilados pela Agência Estado, são de fontes da indústria e de um estudo do professor especializado em comércio internacional Thomas Prusa, da Rutgers University. O total leva em conta o pior cenário possível para o impasse, ou seja, que a FDA mantenha o veto às cargas com carbendazim acima do limite 10 partes por bilhão. A estimativa é que a indústria norte-americana, que precisa do suco de laranja brasileiro para misturar ao que é produzido no mercado doméstico, perderia entre US$46 milhões e US$118 milhões e a brasileira, até US$60 milhões (cálculo com base no que o setor perderia caso não consiga escoar o suco para outros mercados). Além das perdas do setor produtivo, o governo norte-americano também deixaria de arrecadar US$50 milhões em tarifas, de acordo com o estudo do professor Thomas Prusa, feito sob encomenda da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Dados do estudo foram revelados esta semana pelo presidente da CitrusBR, Christian Lohbauer, em entrevista ao site do jornal “The Ledger”, de Lakeland, Flórida. Procurados pela Agência Estado, Lohbauer não comentou os dados, mas Prusa confirmou as informações. O estudo aponta ainda que haveria entre 300 e 500 demissões na indústria processadora de suco norte-americana, portos e outros segmentos diretamente relacionados à importação de suco do Brasil. Em 18 meses, cerca de mil postos de trabalho seriam fechados. Já os preços do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) subiriam até 60% nos Estados Unidos, já que o Brasil é único fornecedor de grandes volumes da bebida para o mercado local. Os preços do suco não concentrado e não congelado (NFC) aumentariam até 30% em um prazo de seis meses. Em e-mail enviado à Agência Estado, Prusa ponderou que esses números referem-se ao pior cenário, caso as importações sejam barradas. O estudo foi entregue por Lohbauer à FDA na última semana como uma tentativa de sensibilizar o órgão americano e convencê-lo da necessidade de ampliar os limites de carbendazim no suco importado. A FDA deveria divulgar uma posição ontem sobre o pleito, o que não ocorreu. A Agência Estado apurou que a FDA solicitou um detalhamento dos impactos econômicos para o país antes de dar uma posição final sobre o assunto. Comércio bilateral Fontes da indústria brasileira avaliaram que o comércio de suco entre Brasil e Estados Unidos poderia recuar até US$170 milhões, caso as cargas brasileiras continuem sendo barradas. Isso porque há cerca de 85 mil toneladas de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) ainda em processo de importação pelos EUA, ao preço médio de US$2 mil por tonelada. Vale lembrar que o Brasil ainda exporta suco de laranja não concentrado e não congelado (NFC) aos EUA, cujos limites de carbendazim estão dentro dos limites exigidos pelos norte-americanos. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou para os Estados Unidos 263.111 toneladas de NFC em 2011. Se esse volume fosse transformado em FCOJ, com a retirada de água, atingiria 45.364 mil toneladas-equivalentes de concentrado e congelado. Fonte: Sou Agro. Pela Redação, com informações da Agencia Estado. 3 de fevereiro de 2012.
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