• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Indústrias frigoríficas começam o ano no vermelho


Quarta-feira, 18 de janeiro de 2012 - 09h18

As ações das quatro maiores empresas globais de processamento de proteína animal começaram o ano como destaques negativos entre os papéis negociados na Bovespa. No acumulado das duas primeiras semanas do ano, as ações da JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3), Brasil Foods (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) se desvalorizaram 10,86%, 4,72%, 3,90% e 1,87%, respectivamente. No mesmo período, o índice Ibovespa - que reúne ações de 70 empresas - chegou aos 59.146 pontos, com alta de 4,21%. O endividamento das gigantes do agronegócio é apontado como principal motivo dessa baixa, que acentua o quadro observado em 2011. As dívidas são fruto das dezenas de aquisições feitas nos últimos anos. Na tentativa de aumentar a participação no mercado, as companhias foram às compras, o que resultou em um crescimento desordenado do setor, conforme os especialistas. "É um setor que exige muito investimento e a lucratividade não é tão alta em curto prazo. Isso é percebido pelo mercado", explica o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abra¬frigo) e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne-PR), Péricles Salazar. "Elas fizeram muitas aquisições no passado e acumularam dívidas. Agora é esperar o balanço anual para ver se esses investimentos deram retorno e ajudaram a diminuir o endividamento", aponta Luiz Augusto Pacheco, gestor da boutique de investimentos Inva Capital. Em alguns casos, a baixa performance dos papéis das empresas de carnes e derivados diante dos investidores se perpetua há anos. As marcas JBS e Marfrig, duas das maiores empresas em processamento de proteína animal do mundo, contabilizam dois anos de intempéries no mercado de ações brasileiro. Em 2010, as ações da JBS caíram 22% e, no ano passado, 15%. A Marfrig teve performance negativa de 18% dois anos atrás. Em 2011, o resultado foi ainda pior: o índice de desvalorização chegou a 44%. Os números colocaram as companhias no grupo das maiores baixas do ano em 2011. As ações da Minerva têm oscilado bastante, já que em 2010 houve alta de 19% e, no ano passado, baixa de 23%. Apesar do início de ano com desvalorização, os papéis da Brasil Foods alcançaram ótimo desempenho no último biênio na Bovespa. Em 2010, as ações da empresa se valorizaram 21% e, em 2011, tiveram 35% de crescimento. Para o analista Eduardo Dias, da Omar Camargo Investimentos, a tendência é que as empresas "arrumem a casa" para equacionar as dívidas e, consequentemente, voltem a atrair novos investidores. A empresa Minerva deve alcançar isso com mais facilidade, pois está mais estruturada, na avaliação do especialista. Marfrig e JBS, no entanto, devem precisar de mais tempo para colocar em ordem os seus problemas financeiros. "Com o assentamento da poeira, elas devem enxergar o nicho e onde podem operar. Agora [as empresas] sabem distinguir seus concorrentes e têm condições de avaliar melhor para que lado atirar para brigar por melhor participação de mercado", ressalta Dias. "Não tenho dúvida que os papéis vão se recuperar. O lucro neste setor se dá em longo prazo", afirma Salazar, da Abrafrigo. As empresas JBS, Marfrig e Brasil Foods fazem parte da carteira que resulta no índice Ibovespa (e que será revista em maio). A BR Foods tem representação de 1,22%, enquanto a Marfrig pesa 0,78% e a JBS, 0,67% - somadas, representam menos de 25% do peso da Petrobras, por exemplo. Fonte: Suinocultura Industrial. Pela Redação. 17 de janeiro de 2012.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja