O Programa Estadual da Cadeia Produtiva do Leite (Minas Leite), criado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), já atende a 1.036 propriedades de agricultores familiares do Estado. Em 2011, houve um crescimento de 62% em relação ao volume de fazendas incluídas até o ano anterior, informa o coordenador do programa pela Secretaria, Rodrigo Puccini Venturin.
“A expansão atual é devida principalmente à expressiva adesão dos produtores do Sul de Minas, região tradicionalmente voltada para o cultivo de café”, explica Venturin. Para participar do Minas Leite os produtores devem fazer sua inscrição em uma das unidades da Emater-MG, vinculada à Secretaria, comprovando a condição de agricultores familiares. Esses produtores têm acesso a um conjunto de boas práticas que possibilitam o aumento de produção e a melhoria da qualidade de leite com sustentabilidade.
Segundo Venturin, os benefícios do programa se destinam aos produtores de todo o Estado, respeitando as particularidades regionais. “Além da Emater, que responde pela execução do Minas Leite, o programa conta com a participação da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), principalmente no desenvolvimento de pesquisas que possibilitam a indicação do gado leiteiro mais apropriado para cada uma das regiões envolvidas”, explica o coordenador. “É o caso do Sul de Minas, onde a inclusão de novas propriedades leiteiras foi decisivo para a superar a meta de mil fazendas atendidas pelo programa em 2011.” Cada propriedade assistida pelo Minas Leite serve de referência para outras dez fazendas vizinhas, criando uma efeito multiplicador de boas práticas. Elas também são utilizadas como locais para realização de cursos e dias de campo.
Alta produção
Segundo o coordenador técnico da Emater-MG em Alfenas, Sul de Minas, Marcelo Rodrigues Martins, “até 2010 havia menos de 30 propriedades integradas ao Minas Leite e atualmente são cerca de 100 unidades em 29 municípios da região”. A média de produção atualmente é de 186 litros/dia por fazenda, um aumento da ordem de 20% em relação a 2010. Já a redução de custos na produção alcança 15%, como consequência principalmente da melhor utilização da ração concentrada e da utilização do pasto no período chuvoso, práticas que os extensionistas enfatizam no acompanhamento das atividades.
“Os produtores são escolhidos com rigor, porque suas propriedades passam a ser utilizadas como bancos de escola, ou referência para os demais, e atendem também aos técnicos interessados em avaliar as práticas adotadas para o aumento da produção sustentável de leite”, acrescenta Martins.
Ele ainda observa que os dias de campo do Minas Leite são muito importantes para a difusão das boas práticas de produção. “Os encontros possibilitam a troca de informações entre técnicos e produtores e a apresentação de resultados. O Minas Leite é um programa voltado principalmente para a gestão, sendo o primeiro passo o levantamento dos recursos da fazenda, depois o diagnóstico e a definição das metas, resume”. A orientação básica, na parte da alimentação, é a produção a pasto, com os animais em piquetes rotacionados para possibilitar a recuperação das áreas de pastagem.
Ao mesmo tempo o programa recomenda princípios de economia como a utilização dos recursos gerados na propriedade, a produção de silagem e alimentos com alto volume de fibras no próprio local para o gado consumir no período de seca. “Os produtores também recebem orientação para desenvolver o sistema integrado de lavoura, pastagem e floresta (ILPF), que possibilita o bem-estar animal, que leva ao aumento da produtividade e contribui para a diversificação da renda das fazendas.
De acordo com Martins, a Emater está buscando o apoio das cooperativas da região para o desenvolvimento dos produtores de leite e os contatos são promissores. Ele acrescenta que os trabalhos do Minas Leite na região Sul têm a parceria da Universidade Federal de Alfenas (Unifenas), principalmente na aplicação de conhecimentos sobre a adequação econômica e ambiental das propriedades. O trabalho tem o suporte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Liderança mineira
Minas Gerais é o maior produtor de leite do país, informa o IBGE. O Estado produz 8,4 bilhões de litros, representando 27,3% do total produzido no Brasil. Minas possui 7,4 milhões de fêmeas, sendo 5,4 milhões cabeças em lactação, o maior plantel do país.
Fonte:
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Pela Ivani Cunha. 4 de janeiro de 2012.
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