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Scot Consultoria

Estocagem de etanol terá subsídio de até R$500 milhões por ano


Terça-feira, 27 de dezembro de 2011 - 09h26

O governo federal poderá conceder subsídios de até R$500 milhões por ano para estimular a formação de estoques de etanol no Brasil, segundo a Medida Provisória número 554 publicada no "Diário Oficial da União" nesta segunda-feira. Os recursos da União serão utilizados para reduzir os custos das usinas de etanol na captação de recursos junto a instituições financeiras para financiar a formação de estoques do produto. Essa era uma medida em análise no governo há bastante tempo e foi assinada pela presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira. O objetivo do governo é estimular a construção de estoques do produto no Brasil para estabilizar a oferta em períodos de entressafra de cana e reduzir a volatilidade nos preços do etanol no mercado brasileiro. Os termos destas operações ainda serão definidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), diz a MP, mas o subsídio ficará disponível por um período de cinco anos, o que representa a disponibilização de recursos de até R$2,5 bilhões pela União no total. O dinheiro para o programa de estocagem virá da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), taxa cobrada na comercialização de combustíveis, da Poupança Rural e de outras fontes que serão definidas pelo CMN, diz a MP. O setor de etanol ainda aguarda por um outro conjunto de medidas do governo federal, destinado a reduzir o custo de produção do biocombustível no Brasil, que poderia incluir queda em tributos e linhas de crédito subsidiadas para investimentos em expansão da capacidade de processamento e do plantio de cana. O diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que a medida do governo veio mais ou menos em linha com o que o setor esperava para a estocagem. "Agora pelo menos é uma lei... define de onde saem recursos, já pode colocar no orçamento, e no início da próxima safra tudo já estará resolvido", afirmou. "A MP é um passo. Avançou mas ainda tem muito que avançar... ficam faltando as linhas de financiamento. O setor precisa plantar", acrescentou Padua, cobrando a segunda parte das medidas prometidas para a indústria sucroalcooleira. Cenário obscuro A produção de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil caiu na safra atual pela primeira vez em quase uma década, como resultado de condições climáticas adversas e baixo investimento nos canaviais, que estão velhos. Há necessidade de renovação dos campos e de maior investimento em tecnologia, assim como ampliação da área de cultivo. Como resultado do desempenho das lavouras, a produção total de etanol do centro-sul até o início de dezembro, com a safra praticamente encerrada, ficou em 20,38 bilhões de litros, 17,7% menor que na temporada passada. Isso fez com que os preços do etanol subissem e o combustível deixou de ser competitivo frente à gasolina, cujo consumo registrou forte aumento. Além da necessidade de maior produção para satisfazer a crescente demanda local por combustíveis, o governo e a indústria olham para a abertura do mercado externo para o produto. A taxa de US$0,54 por galão sobre o etanol que os Estados Unidos importam vai acabar em 31 de dezembro, após o Congresso dos EUA ter entrado em recesso sem apreciar pedidos de parlamentares para renovar a tarifa. A Unica fez um forte lobby nos EUA para que a taxa fosse derrubada, e agora que isso aconteceu as usinas brasileiras se encontram praticamente sem capacidade para disputar o mercado norte-americano. O Brasil comprou mais etanol dos EUA do que vendeu para o país neste ano. Fonte: Reuters. Pela Redação. 26 de dezembro de 2011.
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