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Dólar encarece custo


Segunda-feira, 17 de outubro de 2011 - 09h09

A ascendência do dólar durante o mês de setembro trouxe impacto a todas as atividades lastreadas nesta moeda, elevando custos e reduzindo receitas. No caso da sojicultura mato-grossense, a projeção de custos para o plantio da safra encareceu 7,3% na comparação com a cotação média da moeda norte-americana em maio contra a observada no mês passado. A diferença percentual, na prática, pode impor um desembolso adicional de cerca de R$800 milhões. Conforme estimativa de custo de produção elaborada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), em um intervalo de quatro meses, maio a setembro, a base média do dólar para mensurar o custo de plantio de cada hectare de soja, em Mato Grosso, passou de R$1,61 para R$1,74. Essa variação carregou para cima o dispêndio do sojicultor que em maio teria de desembolsar R$1,64 mil para plantar um hectare e em setembro subiu para R$1,76 mil. Esse custo é o resultado da soma dos valores que o Imea apontou para cada uma das cinco regiões pesquisadas e dividido por cinco para se ter um valor médio, já que entre as diferentes porções do Estados existem investimentos maiores e menores. Arredondando as projeções do próprio Imea para o tamanho da área plantada, que pode contabilizar até 6,78 milhões de hectares neste ciclo, o investimento total dos sojicultores nesta safra pode revelar uma diferença superior a R$800 milhões. Com um custo de produção de R$1,64 mil por hectare (maio), o investimento na safra mato-grossense somaria R$11,11 bilhões. Reajustando para a taxa de câmbio de setembro, o custo por hectare a R$1,76 mil, a safra passaria a custa R$11,93 bilhões. Pelos números deste levantamento de setembro, por exemplo, Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá) terá o maior custo de produção, R$1,82 mil por hectare e Sapezal (460 quilômetros ao noroeste de Cuiabá) demandará o menor investimento, R$1,70 mil. Observando apenas o item insumos, que engloba sementes, fertilizantes e defensivos, até o momento parecem ser os mais afetados pelo câmbio. O desembolso médio (respeitando as variações de cada região) foi de R$ 829 por hectares em maio para R$923 ha, em setembro, alta de R$94, ou, de 11,33%. Mesmo com o plantio em andamento, o que permite pensar que todos os insumos estariam adquiridos e que por isso a variação cambial não afetaria mais o custo total da sojicultura 11/12, existem outras operações e investimentos que serão realizados na medida em que a lavoura for se desenvolvendo como transporte, armazenagem, assistência técnica e mão-de-obra. Todos poderão apresentar novos valores até o fim desta temporada, em abril de 2012. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (APROSOJA/MT), Glauber Silveira, destaca que nesta nova temporada há a incorporação de hectares de pastagem degradada e que isso leva a uma produtividade menor e maior investimento por parte do produtor. “Somente para a conversão de um hectare de pecuária em agrícola são necessários como investimentos diretos, isso quer dizer, no solo apenas, R$1,5 mil e o retorno virá somente em cerca de seis anos”. O plantio nesta nova fronteira agrícola do Estado, ao leste no Vale do Araguaia, onde há expectativa de incorporação de 300 mil hectares, elevará o custo final desta safra. Outro fator determinante será a evolução do dólar nos próximos meses. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marianna Peres. 17 de outubro de 2011.
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