O técnico da Monsanto, responsável por traduzir o valor agregado em cada centímetro de pesquisa realizado pela multinacional, Gary Barton, explica que são necessários cerca de dois anos para se encontrar o gene desejado e introduzi-lo na célula, o que vai totalizar cerca de dez anos de pesquisa até a comercialização das sementes modificadas. Ainda como observa, muito dos experimentos ainda em estufa em Chesterfield, estarão à venda no Brasil entre 2020 a 2030. Hoje aposentado, o funcionário responsável pelo tour no laboratório, diz com orgulho que a tecnologia adotada pela Monsanto no seu laboratório de DNA é a mesma de ponta utilizada para o mapeamento genético de seres humanos na busca dos genes. “É um trabalho de muita paciência para se encontrar o ‘Pelé’ da soja, do milho, do algodão... Ou seja, encontrar o que há de melhor nos genes para se promover o melhoramento das plantas”. Num breve histórico, Barton lembrou que a primeira célula vegetal modificada pela empresa foi a Petúnia em 1982. Depois veio o tomate. Em 1989 começaram os estudos com algodão e a soja e somente em 1996 houve a aprovação para comercialização da soja Roundup Ready (RR), nos Estados Unidos.
Barton conta que a Monsanto tem trazido os fazendeiros para dentro do laboratório, não apenas para um intercâmbio de informações e assim traçar as novas estratégias de estudos da empresa, como também para mostrar toda a tecnologia embutida em cada semente e com isso promover a compreensão do pagamento dos royalties.
“Quando se entende o processo da tecnologia, se entende todo o resto”.
E o tour realizado por grupos de produtores brasileiros - nesta temporada 2011 a Monsanto levou cerca de 350 de todas as regiões do Brasil - parece ter atingido o objetivo. O produtor Osmar Luiz Giovelli, de Guarani das Missões, no Rio Grande do Sul, passou a ver a questão dos pagamentos dos royalties de outra forma. “Foi uma visita fantástica. Agora sabemos o que está por vir, principalmente ao milho e à soja.
A Monsanto está investindo de forma maciça para atender às necessidades do campo, principalmente o Brasil. Os estudos são um divisor de águas e tivemos a oportunidade de conhecer essa revolução tecnológica que está vindo. Temos o que o mundo precisa e teremos o que precisamos para produzir cada vez mais. Conhecer as pesquisas das estufas aos campos experimentais foi o ponto chave para se entender o porquê dos royalties. Sem investimento não há pesquisa e sem pesquisa não há revolução ou avanços”.
Fonte:
Diário de Cuiabá. Por Marianna Peres. 17 de outubro de 2011.
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