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Scot Consultoria

Renovação de canaviais trará resultados só em 2015


Sexta-feira, 14 de outubro de 2011 - 09h10

A retomada da renovação dos canaviais ao ritmo de 20% ao ano no Centro-Sul só deve alcançar a produtividade de 2008 em três anos. Até lá, a oferta de matéria-prima pode cair, pois a área renovada demorará a produzir. Para o setor, a renovação depende de crédito e do esforço de fornecedores de cana para aportar novos investimentos. De três anos para cá, com a crise do setor de açúcar e álcool, a renovação ficou abaixo do normal, envelhecendo lavouras e reduzindo a produtividade. Dados do setor apontam que 59% dos canaviais eram considerados jovens em 2008 - estavam até o terceiro ou quarto cortes, e produziam 90 toneladas de cana por hectare. Sem a renovação, o porcentual de cana jovem caiu para 45%, com produtividade de apenas 68 toneladas/hectare na atual safra, devendo chegar a 41% em 2012. "Se renovarmos, em média, 15% ao ano e houver expansão de 4%, voltaremos a ter, em 2015/2016, um índice de 44% de canavial jovem, com alta produtividade e média de 80 toneladas/hectare", avaliou o presidente da Canaplan Consultoria, Luiz Carlos Corrêa Carvalho. "Isso dependerá de investimentos e de crédito de plantio, que terá importância absurda." No Plano Agrícola 2011/2012, o governo criou uma linha de financiamento para a renovação ou expansão de canaviais de até R$1 milhão por produtor, com 5 anos para pagar e 18 meses de carência. O governo avalia ainda uma linha para as usinas renovarem lavouras próprias, de R$50 milhões por companhia. O diretor de Produção Agrícola da Raízen, Cassio Paggiaro, tem dúvidas se realmente o ritmo de renovação será forte a partir de 2012. "É relativo se haverá recuperação rápida; é uma decisão individual e depende de dinheiro; por isso é preciso um plano adequado para que o governo nos ajude." Para o diretor de Produção Agrícola da Guarani, Jaime Stupiello, a renovação depende das condições financeiras e da vontade dos fornecedores independentes. "Quando o preço está bom, o fornecedor não renova e, quando está ruim, não tem dinheiro." O diretor de Produção Agrícola na Região Sudeste do Grupo Carlos Lyra, Eduardo Scandiuzzi, avalia que mais de 60% do canavial utilizado pela companhia no Triângulo Mineiro está acima do quarto corte. Mas, por ter áreas de expansão para plantios novos, a empresa renovará só 10% da lavoura. Já para os fornecedores, a renovação deve ser mínima. "Fornecedor de cana vem de dívidas anteriores e não vai reformar rapidamente", diz ele. Grande fornecedor de cana em São Paulo e Minas Gerais, o produtor Paulo Rodrigues, executivo do Condomínio Santa Isabel, admite que a melhoria dos preços da cana faz com que a reforma prioritária não seja no campo, e sim "no caixa da empresa". Fonte: O Estado de São Paulo. Por Gustavo Porto. 12 de outubro de 2011.
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