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Mato Grosso retoma liderança


Sexta-feira, 7 de outubro de 2011 - 09h39

Mato Grosso vai retomar a posição de líder na produção nacional de grãos na safra 11/12, recém-iniciada no Brasil, por meio do plantio da soja. Nesta temporada, o Estado deverá ofertar de 31,15 milhões de toneladas a 31,42 milhões, o que no intervalo menor e maior representaria crescimento de 0,7 a 1,5%, respectivamente, em relação ao volume de 30,94 milhões de toneladas (t) do ciclo 10/11. A liderança estadual foi mensurada por meio da primeira estimativa de safra, lançada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). O Paraná, que em 10/11 havia retomado o primeiro lugar com 32,44 milhões de t, tem perspectiva de quebra entre 3,8% a 6,2%, percentuais que se confirmados renderão produção de 30,42 milhões de t a 31,21 milhões, respectivamente. Mato Grosso já deu início à safra ao semear os primeiros hectares de soja da nova temporada nacional. E é justamente a sojicultura que está sustentando a expansão mato-grossense. Dos quase 400 mil novos hectares e serem incorporados no Estado, mais de 300 mil serão cobertos com a oleaginosa. A Conab prevê que a área cultivada estadual passe de 9,63 milhões de hectares para até 10 milhões. Conforme observa a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (APROSOJA/MT), Mato Grosso é o estado do Centro-oeste que vai apresentar o maior aumento de área para plantio de soja, 4,5% em relação à área plantada na safra 10/11, saindo de 6,39 milhões de ha para até 6,71 milhões de ha. Para o presidente da APROSOJA/MT, Glauber Silveira, “os dados da CONAB confirmam aquilo que o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) já vinha apontando, que é o crescimento da área no Brasil e em Mato Grosso. No caso do Estado, principalmente na região leste, no Vale do Araguaia, onde a gente observa a conversão de área de pastagem para a agricultura. Desses 300 mil hectares, pelo menos 200 mil deve ser naquela região”. Para a produção, o órgão projeta 20,82 milhões de t ante 20,41 milhões de t, mas Silveira aposta em um recorde maior, de até 22 milhões de t. Há duas safras, a produção estadual do grão vem contabilizando recorde sobre recorde. Mesmo otimista, o dirigente destaca que o crescimento na produtividade vai ser muito pequeno porque as novas áreas usadas para plantio não possuem a mesma produtividade e devem colher em torno de 40 a 45 sacos de soja com uma boa perspectiva. “Ainda não podemos falar de produtividade nesta safra, mas esperamos até mais, que Mato Grosso colha 22 milhões de toneladas”. MILHO - Para o milho de 2ª safra, em Mato Grosso, o levantamento da CONAB aponta aumento de produção e produtividade de 1,3%, apesar de manter área inalterada. O produtor rural sorrisense (503 quilômetros ao norte de Cuiabá) Nelson Luiz Piccoli discorda. Ele acredita que mesmo sendo pequeno, haverá um aumento na área de milho safrinha. “O produtor está atento às condições de mercado, e como o preço está favorável e a chuva veio na hora certa, ele vai aproveitar ao máximo a sua capacidade de plantio e assim disponibilizar toda área possível ao cereal”, comenta. O último levantamento do IMEA indica que quase 50% do milho da safra 2012 está comercializado. ALGODÃO – O Estado seguirá líder, por mais uma temporada. Há tendência de crescimento de 2,5%, fato que deverá elevar a área plantada para 741,6 mil hectares ante os 723,5 mil ha cultivados na safra anterior. A produção pode aumentar em até 13,6%, ao atingir 1,06 milhão de t de pluma, ante 934,8 do ciclo 10/11. ARROZ – A má notícia desta safra se refere ao arroz, única, entre as grandes culturas mato-grossenses, a indicar retração. De acordo com o levantamento do IBGE – também divulgado ontem – assim como o da CONAB a nova temporada poderá ter área plantada 27% menor, já que a previsão é semear 168 mil hectares ante atuais 205 mil. A estimativa pode influenciar o produtor na escolha da cultura. O arroz, que não tinha perspectivas de bons preços, passa a ser uma alternativa viável, segundo o analista do mercado de arroz da consultoria Safras&Mercados, Eduardo Aquiles. “Essa redução de área cultivada poderá levar a um aumento de preços. No entanto, não podemos nos esquecer de que existem outros fatores com muita influência no mercado, tal como o valor pago no mercado internacional, o montante de oferta disponível mundialmente, o efeito-câmbio e a situação da produção no Mercosul”, pontuou Aquiles. O analista acrescentou que também é preciso analisar outros aspectos antes da escolha da cultura. Além dos preços, outro atrativo para a rizicultura é a estimativa de produção 18% menor. O engenheiro agrônomo e diretor da Agro Norte Pesquisa e Sementes, Ângelo Maronezzi, atribui a estimativa da queda de produção abaixo da redução de área plantada, principalmente às tecnologias empregadas na lavoura. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marianna Peres. 6 de outubro de 2011.
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