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Scot Consultoria

Brasil, o país da década


Segunda-feira, 12 de setembro de 2011 - 09h55

O Brasil será o país que mais receberá investimentos da multinacional norte-americana Monsanto nesta década. Além de ser um mercado atrativo pelo simples potencial produtivo de alimentar o mundo no próximo meio século, o país se torna foco por ter implantado um sistema de regulação de materiais geneticamente modificado que passou das avaliações políticas para a científica. Os principais executivos da Monsanto, ouvidos pelo Diário, foram unânimes em elogiar o sistema nacional de regulação de patentes agrícolas, ou seja, do julgamento à liberação comercial de novas variedades geneticamente modificadas com eficiência e agilidade. Segundo o vice-presidente de Negócios da área Internacional da Monsanto Company, Jesus Madrazo, o Brasil é um ambiente seguro e que se revela ano a ano economicamente estável, pilares determinantes para a estratégia da empresa. Os valores a serem investidos nesta ‘ofensiva’ pelo Brasil não foram revelados, mas na contabilidade global, o Brasil representou no exercício 2010, 20% do faturamento da Monsanto, ante cerca de 17% no ano anterior. E diante da perspectiva deste ambiente seguro, o VP da Monsanto anunciou que novas pesquisas estão em andamento nas mais diferenciadas etapas e que novas alternativas exclusivas às lavouras brasileiras estão vindo, a exemplo da Intacta RR2 Pro, tecnologia que é a primeira desenvolvida fora dos Estados Unidos e voltada 100% à sojicultura nacional. A variedade é tida como um presente ao Brasil e é a melhor forma de estreitar a relação entre a multinacional e os produtores brasileiros, ainda bastante resistentes ao pagamento de royalties pelo uso da tecnologia ofertada pela Monsanto. O diferencial da Intacta é ofertar três benefícios muito esperados nas lavouras ao mesmo tempo: produtividade, proteção contra as principais lagartas da lavoura e tolerância ao glifosato devido à tecnologia Roundup Ready (RR). Durante um encontro com jornalistas convidados realizado no final de agosto, em Saint Louis, Illinois, nos Estados Unidos, o mexicano Madrazo resumiu em poucos números a preferência pelo Brasil: enquanto as estimativas da Companhia apontam para um crescimento de cerca de 10% nos próximos anos na área de grãos e vegetais, o Brasil deverá ultrapassar 20%. “O Brasil é o país que mais vai crescer no mundo para a Monsanto até o final da década, isso em função do mercado internacional pressionado pela demanda em elevação como pelo próprio Brasil. Atualmente fora dos Estados Unidos, o Brasil é o mercado mais importante para a Monsanto”. Questionado se o foco no Brasil era uma tentativa de evitar perdas no mercado norte-americano – que desde 2008 vem enfrentando uma séria crise econômica – Madrazo frisa que a agricultura é muito forte nos dois países (Brasil e Estados Unidos) e que a opção pelo primeiro é alicerçada em números que há muito tempo são conhecidos pelo mercado. “O que sedimentou nossa estratégia foi o fato de que o Brasil avançou muito, fez mudanças estruturais no sistema de regulamentação de novas tecnologias – aprovações de materiais geneticamente modificados -, um caminho que só agora a Argentina, outro importante mercado emergente, começa a trilhar”. Mas o faturamento global da multinacional encolheu no ano passado, de US$11,7 bilhões mo exercício 2009 para US$10,5 bilhões em 2010. O ano fiscal começa em setembro de um ano e termina em agosto do ano seguinte. O faturamento, no Brasil, registrou leve alta ao passar de R$2,02 bilhões (2009) para R$2,04 bilhões (2010). Ainda argumentando a preferência pelo Brasil, Madrazo destaca que são emergentes no segmento da agricultura, além do Brasil, a América Latina, China, Índia, alguns países da África e o Leste Europeu, “no entanto, de todos, apenas o Brasil revela vantagens reais para esta década, e fora a sua imensa área de produção, temos segurança jurídica para trabalhar em novos projetos de biotecnologia, com regras claras e pré-determinadas e avaliações científicas, algo ainda não visto nos outros emergentes. O Brasil não é mais uma promessa, é uma fortaleza atual e muito próxima de disputar ombro a ombro – com os Estados Unidos – a liderança no mercado de soja, porque o Brasil pode agora, dispor de tecnologia. “A regulamentação gerou a segurança jurídica para proteção de patentes necessária à expansão da biotecnologia, que é a única arma disponível para se acelerar a produtividade e assim, gerar o volume de alimentos necessários à demanda mundial até 2040-2050”. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marianna Peres. 11 de setembro de 2011.
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