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Scot Consultoria

Diretivas europeias devem prejudicar soja brasileira


Quarta-feira, 3 de agosto de 2011 - 09h28

Os sistemas de certificação exigidos recentemente pela União Europeia (UE) dentro da Diretiva de Energias Renováveis (RED, sigla em inglês) devem afetar diretamente os produtos brasileiros, tornando-os menos competitivos em nível mundial. Para a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), a situação representa uma ameaça às exportações brasileiras da oleaginosa para a Europa, onde grande parte do óleo da soja esmagada é destinada à produção de biodiesel. Isto pode resultar em preços mais baixos para produtos brasileiros. O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, informa que os critérios exigidos pela União Europeia serão estudados pela entidade, e, caso haja alguma discrepância de acordo com a Legislação Ambiental Brasileira, será feito um alerta junto à Organização Mundial de Comércio (OMC). “A soja não pode ser prejudicada em sua exportação”, afirma Silveira. Atualmente, a Aprosoja e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estão conduzindo um estudo de Ciclo de Vida do Biodiesel para analisar as emissões do biocombustível produzido com soja brasileira. As novas exigências europeias podem se tornar barreira técnica ao comércio exterior, de acordo com o Agreement on Technical Barriers to Trade (TBTA). No entanto, a Aprosoja vê caráter político nas regras impostas pelos países da Europa para o uso dos biocombustíveis. Por conta disso, irá dialogar com o governo federal e entidades ligadas às indústrias de óleos vegetais para mobilizar e unir forças contra as exigências. Glauber Silveira observa que são necessárias regras claras que atendam todo o resto do mundo. “Os níveis de exigências deverão possuir pelo menos um grau de isonomia com índices aceitáveis, e não nível zero como está sendo exigido hoje em dia”, afirma. No caso do Brasil, a grande prejudicada é a soja. Cálculos do RED mostram que o biodiesel de soja reduz somente 31% os gases do efeito estufa (GEE) em relação aos combustíveis fósseis. No entanto, as certificações serão atribuídas apenas a biocombustíveis que emitem no mínimo 35% menos gases estufa do que combustíveis fósseis, da produção à utilização. Essa proporção vai aumentar para 50% em 2017 e para 60% em 2018. Os Estados Unidos, que produzem etanol de milho, já estão buscando um acordo bilateral com a União Europeia, a fim de que a certificação individual de seus produtores se torne desnecessária. Com isso, a soja brasileira deve se desvalorizar. A Argentina, grande fornecedora de biodiesel e óleo de soja à Europa, também está na busca de acordos, desenvolvendo seus próprios esquemas de certificação. Os biocombustíveis são parte importante do plano do bloco de reduzir em 20% as emissões de carbono até 2020, pois o aumento do consumo de energia renovável deve ocorrer principalmente nos transportes. Em 2007, somente 6,5% da energia produzida na Europa vinha de fontes alternativas, e a intenção dos países europeus é que 10% dos combustíveis de veículos sejam de origem renovável em 2020. Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 2 de agosto de 2011.
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