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MS lidera produção de crambe, grão pouco conhecido no país


Quarta-feira, 3 de agosto de 2011 - 09h27

Mato Grosso do Sul, juntamente com Goiás, desponta na liderança da produção do crambe (crambe abyssinica), um grão ainda pouco conhecido no país e que pode ser utilizado pela indústria química, na alimentação de ruminantes (farelo) e para a produção de biodiesel. A produção de crambe no Brasil tem garantia de comercialização graças à demanda gerada por indústria como a Granol, de Oswaldo Cruz (SP), e a Caramuru Alimentos, que fica na cidade de Itumbiara (GO). Além do biodiesel, o crambe pode ter utilização na área industrial graças ao volume de ácido graxo nele encontrado. “Em todo seu óleo encontra-se 55% de ácido erúcico que pode funcionar como agente deslizante em ligas plásticas. Também está sendo testada sua utilização em transformadores e como lubrificantes, substituindo óleos minerais”, conta o engenheiro agrônomo e pesquisador Renato Roscoe, da Fundação MS, órgão que esteve à frente das primeiras ações com o grão no Estado, a partir de sementes originadas do México, nos anos 90. Os goianos lideram a produção do grão com 3,5 mil hectares plantados em regiões como Itumbiara, Rio Verde, Jataí, Luziânia e Formosa. Mato Grosso do Sul vem logo atrás com 3 mil hectares e plantações vistas em Ponta Porã, Maracaju, Dourados, São Gabriel e Chapadão do Sul. No estado, o ciclo de produção vai de março a maio. Em Goiás fica entre fevereiro e abril. A região de Sorriso, no Mato Grosso, também tem áreas de plantação em adaptação. Minas Gerais e a região Nordeste também figuram como potenciais para desenvolverem a cultura. Segundo o pesquisador da Fundação MS, a expectativa é que a cultura tenha crescimento rápido para atender à demanda das indústrias e também pela remuneração. “A tonelada do crambe está sendo adquirida a um preço médio de R$550,00 para um custo de produção que varia entre R$250,00 a R$280,0 a tonelada”, garante. Ainda conforme o engenheiro, só a Caramuru Alimentos tem capacidade de esmagar 1.500 toneladas/dia, o que representa que toda a atual produção brasileira pode ser processada em menos de uma semana por apenas uma indústria. O plantio, de acordo com o agrônomo, pode ser feito em linhas de 20 ou 45 cm utilizando tanto semeadoras de soja quanto de trigo e de arroz. Na colheita, Roscoe garante que pode ser utilizada a máquina de soja que, no entanto, deverá ser regulada. Entretanto, o frete mais caro é um dos empecilhos, por enquanto, para alavancar a produção, por conta de o crambe ter peso mais leve em relação à soja, por exemplo. A colheita é feita a partir da cápsula inteira, que possui uma bolsa de ar entre a capa e o grão propriamente dito. “A relação é de 60% em comparação com a soja, ou seja, um caminhão que tradicionalmente transportaria 36 toneladas desta oleaginosa consegue levar apenas 22 toneladas de crambe”, compara o pesquisador da Fundação MS. O crambe não concorre com a indústria alimentícia, tem ciclo muito curto (90 dias) e, por isto, é adequado para a segunda safra, seu cultivo é de baixo risco, é ideal para rotação de culturas. Atualmente a oleaginosa não é muito desenvolvida em outras regiões pelo mundo. Originária da Etiópia começou a ser plantada comercialmente nos anos 90 nos Estados Unidos e posteriormente no Reino Unido e em outros países da Europa. O crescimento da cultura acabou sendo inibido. O plantio concorria com culturas de safra, já que as condições climáticas impediam a sua utilização no período da chamada “safrinha”. Com o clima, no Brasil, a situação foi diferente, sobretudo no Centro-Oeste, que permitiu seu plantio como cultura de segunda safra. Fonte: Campo Grande News. Por Fabiano Arruda. 2 de agosto de 2011.
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