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Com saca em alta e produção em queda, grão ganha armazéns


Sexta-feira, 29 de julho de 2011 - 09h18

Com mais de 60% da área colhida de milho, em Mato Grosso, e expectativa de atingir 6,7 milhões de toneladas na safra 10/11, os produtores de milho respiram mais tranquilos este ano. O principal problema nesta época do ano – a falta de armazéns – não deverá se repetir em 2011. “Temos mais de 4 milhões de toneladas desta safra já comercializados e o que está sendo vendido está sendo escoado. Não acredito que teremos problemas de falta de espaço para armazenar os grãos”, afirma o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Carlos Henrique Fávaro. O espaço garantido ao grão é resultado do momento vivido pela commodity: preços da saca em alta, grande volume comercializado e quebra na produção. Na comparação com o ciclo anterior, a safrinha do grão deverá encolher cerca de 20%, ao passar de 8,41 milhões de toneladas para 6,73 milhões. Apenar de a área ter recuado cerca de 10% de uma safra para outra, a perda de rendimento por hectare é reflexo do plantio tardio no Estado, que excedeu a janela de até 28 de fevereiro. Como o milho é cultura de segunda safra, qualquer problema no plantio ou colheita da soja acarreta risco ao desenvolvimento do milho. A sojicultura da última safra teve problemas com estiagem no momento do plantio, e excesso de umidade pelas fortes chuvas no pico de colheita. No ano passado, cerca de 500 mil toneladas de milho chegaram a ficar a “céu aberto” por falta de armazéns. “A produção foi bem maior, por isso tivemos esse problema”, conta Marusan Ferreira Barbosa, produtor e ex-presidente do Sindicato Rural de Tapurah (433 quilômetros ao norte de Cuiabá). As perdas foram calculadas em cerca de 10% em várias regiões do Estado, por falta de armazéns. Para tentar minimizar os prejuízos, produtores chegaram a improvisar a cobertura do milho com lonas plásticas. Detentor da maior produção agrícola do país, Mato Grosso conta com uma capacidade estática para armazenar 24 milhões de toneladas de grãos, somente de soja. O Estado produziu nesta temporada mais de 20 milhões de toneladas. Na avaliação de técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o problema da falta de armazéns no ano passado foi localizado. “Existem regiões autossuficientes em armazéns, mas em alguns municípios pode ocorrer déficit. O problema foi pontual e afetou apenas algumas regiões”. O produtor Marusan Ferreira discorda e diz que “se tivéssemos armazéns para guardar os grãos, poderíamos esperar o momento mais oportuno para negociar a produção”. Em Tapurah, foram plantados 25 mil hectares de milho e 90% da área já foi colhido. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) estima produção de 6,7 milhões de toneladas, mas a safra deve ficar bem abaixo disso. “A minha estimativa é de que a produção caia para até 6 milhões de toneladas nesta safra”, afirma Carlos Fávaro. O último levantamento de colheita de milho, em Mato Grosso, apresentou uma evolução de 19,6 pontos percentuais na semana, passando para 66,8% finalizados. O destaque desse levantamento é a região médio norte, que conta com quase a metade da área do Estado, 48%, e já possui 82,2% da área concluída. Nessa região, no momento da colheita da soja e plantio de milho, não se registrou excesso de chuva, favorecendo o plantio da maior parte das áreas no período ideal. Com isso, a região se destaca perante as outras, exceção para o município de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), onde a produtividade há algum tempo vem caindo além do esperado, devido a complicações climáticas locais. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marcondes Maciel. 27 de julho de 2011.
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